31.3.09

Morre o ex-presidente argentino Raúl Alfonsín

Alfonsín tinha 82 anos e tinha câncer de pulmão.

Ele foi o primeiro presidente após a ditadura que governou até 1983.

O ex-presidente argentino Raúl Alfonsín morreu nesta terça-feira (31) em Buenos Aires, aos 82 anos, vítima de uma pneumonia agravada por um câncer pulmonar que o afetava desde 2007.

 

Leia também: Em nota, Sarney lamenta morte de Alfonsín

 

O anúncio oficial da morte de Alfonsín foi feito por seu médico, Alberto Sadler. Nos últimos dias, o estado de saúde dele se agravara muito. A última aparição pública havia sido em outubro passado, quando foi à inauguração de um busto com sua imagem no salão que lembra os ex-presidentes na sede do governo, homenagem liderada pela chefe de Estado, Cristina Fernández.

 

Veja fotos da trajetória de Alfonsín

 

Alfonsín foi o primeiro chefe de Estado eleito após a última ditadura argentina, que ficou no poder até 1983. Apesar de estar doente há anos e de não ter nenhum cargo público, ele continuava sendo uma figura influente no partido União Cívica Radical, que faz oposição ao governo.

 

 

Foto: Reuters

O ex-presidente argentino Raúl Alfonsín, em imagem de junho de 2007 (Foto: Reuters)

 

 

Ele governou até 1989 e ganhou admiração mundial por levar a julgamento líderes militares que torturaram e mataram ativistas de esquerda durante a chamada "guerra suja" da ditadura.

 

Assista ao lado a vídeo sobre a posse de Alfonsín na Presidência argentina

 

 

Brasil

 

O governo de Alfonsín ficou marcado por acordos com o Brasil que formaram o embrião do atual Mercosul. O presidente argentino assinou junto com o então presidente brasileiro, José Sarney, um acordo de integração econômica entre os dois países. Foi uma retomada na parceria política entre as duas nações que acabavam de sair de longos períodos autoritários.

 

Os dois assinaram, em 30 de novembro de 1985, na fronteira entre os dois países, a Declaração de Iguaçu, que colocou fim a décadas de desconfiança recíproca e estabeleceu as bases para a criação do futuro Mercosul. Por mais que o atual bloco de países (que hoje inclui ainda Paraguai e Uruguai) tenha um foco maior na economia, a parceria política também era discutida na época em que o acordo foi firmado.

 

 

Volta à democracia 

 

Advogado de profissão, Alfonsín governou a Argentina entre 1983 e 1989, período conturbado pelos ressentimentos causados por uma ditadura que perseguiu e matou milhares de dissidentes durante os sete anos que esteve no poder.

 

Numa era repleta de breves períodos democráticos interrompidos por golpes militares, ele foi um dos fundadores da Assembleia Permanente pelos Direitos Humanos (APDH), pioneira na luta contra o autoritarismo e a repressão ilegal.


O ex-presidente e líder da União Cívica Radical, um partido de centro, liderou o histórico julgamento da Junta Militar em 1985, que acabou com a prisão da cúpula da ditadura. Em virtude do avanço nas investigações sobre os crimes cometidos nos chamados "anos de chumbo", o governo de Alfonsín enfrentou rebeliões e levantes militares, que foram sufocadas por tropas leais e com a presença popular nas ruas. 

Nesse contexto, entre 1986 e 1987, o Executivo impulsionou a aprovação parlamentar das leis de Obediência Devida e Ponto Final, que isentaram de responsabilidade mais de mil de acusados de crimes de lesa-humanidade.

 

 

Político

 

A carreira política de Alfonsín teve início em 1954, quando foi eleito vereador em sua cidade natal. Depois, ocupou uma cadeira como legislador provincial e, posteriormente, como deputado nacional. Em 1973, perdeu para Ricardo Balbín a candidatura de seu partido às eleições presidenciais. 

A Presidência de Alfonsín terminou prematuramente em meio a uma forte crise econômica e violentas greves de sindicatos, majoritariamente de oposição.

 

Seu médico disse que o ex-chefe do Estado "estava adormecido" quando morreu, e lembrou que Alfonsín, que tinha um câncer pulmonar com metástase óssea, "teve um quadro de pneumonia aspirativa nos últimos dias" e que "isso causou sua morte".


Fonte: G1

Disponível em:http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1067021-5602,00-MORRE+O+EXPRESIDENTE+ARGENTINO+RAUL+ALFONSIN.html

A INQUISIÇÃO EM PORTUGAL E NO BRASIL



 ALGUMAS FAMÍLIAS E/OU INDIVÍDUOS QUE SOFRERAM E/OU FORAM ASSASSINADOS DURANTE A INQUISIÇÃO

ABREU Campos, Manoel de, que vivia de sua fazenda, torturado e morto nos cárceres e queimado em estátua com seus ossos em 13 de março de 1669, como judeu convicto e pertinaz. Era morador na Bahia, Brasil. Seu filho João de Abreu Campos, 22 anos, condenado a cárcere e habito perpétuo em 11 de março de 1668. Seu filho Jerônimo de Abreu Campos, 28 anos, condenado na cárcere e hábito perpétuo com insígnias de fogo e galés em 11 de março de 1668.

ABREU, Anastácia (de Oliveira), 36 anos, mulher de Antônio Vellez, lavrador, queimada viva em quatro de novembro de 1742 como judia convicta, ficta, falsa, simulada, comfitente e impenitente. Seu filho João Vellez, 18 anos, trabalhador, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 26 de setembro de 1745.

AGUIAR, Maria, mulher de Manoel Fernandes Crasto, advogado, condenada a cárcere e hábito perpétuo e degredo para Angola em 10 de dezembro de 1673. Seus filhos Francisco Trigueiro de Gois, 25 anos, advogado e Alvaro Machado de Gois, 21 anos, estudante de Leis, condenados em 6 de setembro de 1705.

AYRES, Simão Rodrigues, filho de Diogo Rodrigues da Costa, 61 anos, mercador, foi queimado em estátua em 11 de março de 1668, como judeu convicto e pertinaz. Seu pai condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e degredo para o Brasil em 17 de setembro de 1662, como judeu relapso. Primeira condenação em 1666. Domingos Rodrigues, 28 anos, lavrador filho de Thomé Rodrigues Ayres, escrivão, condenado em 31 de Março de 1669.

ALMEIDA, Joseph de Carvalho de, 50 anos, mercador, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 20 de setembro de 1733. Sua filha Maria Ferreira, 30 anos, condenada a cárcere hábito perpétuo sem remissão e degredo do para Angola em 24 de julho de 1735. Sua viúva Francisca Thereza de Carvalho, 55 anos, condenada a cárcere perpétuo com habito, sem remissão e degredo para Angola em 01 de setembro de 1737. Seu filho Manoel da Costa Ribeiro, 27 anos, lavrador em Ouro Preto, Brasil, queimado como judeu convicto e pertinaz em 01 de setembro de 1737. Seu filho Vicente de Carvalho, 23 anos, estudante, condenado a cárcere e habito perpétuo sem remissão e degredo para Angola em 18 de junho de 1741.

BAPTISTA, João, Mestre de Açúcar do Rio de Janeiro, Brasil, sua mulher Margarida Mendes 30 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo em 16 de fevereiro de 1716. Seus filhos, Guilherme Baptista, 25 anos, condenado em 24 de outubro de 1717; Domingos Baptista, 24 anos, carpinteiro, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 24 de outubro de 1717 com Úrsula Baptista, 16 anos.

BARROS, José Gomes de, 35 anos, negociante, filho de Rodrigo Coelho Bonsucesso, militar do Rio de Janeiro, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 9 de julho de 1713 com seus irmãos Ignácio de Oliveira, 29 anos, militar; Miguel Gomes de Barros, 24 anos, Izabel de Barros, 32 anos, Ignez de Oliveira, 29 anos e Maria de Barros, 22 anos.

BONSUCESSO, Maria, 35 anos, filha de Antônio Farto Diniz, mercador de Santos, Brasil, condenada e cárcere e hábito em 24 de outubro de 1717. Sua mãe Catharina Gomes Pereira, 54 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo em 9 de julho de 1713, com seu irmão Simão Farto Diniz, mercador do Rio de Janeiro, Brasil depois condenado como judeu relapso em 1 de setembro de 1737, aos 59 anos. Seu sobrinho Salvador Rodrigues Faria, 38 anos, mineiro, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 24 de julho de 1735.

BRANDÃO, João da Costa, 47 anos, que vivia de sua fazenda, condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e galés em 15 de dezembro de 1658. Porém em 17 de setembro de 1662, teve sua pena comutada e foi queimada viva como judeu convicto, ficto, falso, simulado, confitente, diminuto e impenitente. Suas filhas Branca da Costa, 20 anos, e Maria Henriques, 22 anos, condenadas a cárcere e hábito perpétuo em 17 de outubro de 1660. Sua mulher Maria Henriques Lobo, 49 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e degredo para o Brasil em 17 de outubro de 1660. Seus filhos, Jerônimo da Costa Brandão, 27 anos, condenado a cárcere e hábito perpétuo e Pedro da Costa Brandão, 28 anos, sacerdote, condenado por seguir secretamente o judaísmo, a cárcere e hábito perpétuo sem remissão, com insígnias de fogo e galés, no mesmo dia em que seu pai era queimado vivo.

BUENO, Abraham, (Diogo Henriques) filho de Pedro Henriques, morador em Pernambuco, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 15 de dezembro de 1647.

CAETANO, Francisca Josepha, 39 anos, mulher de José Rodrigues Peinado, 53 anos, mercador, ambos condenados a cárcere e hábito perpétuo sem remissão, em 1748, como judeus relapsos. Primeiras condenações, 1718 e 1727.

CAMINHA, Luiz de Valença, plantador de cana da Paraíba, Brasil, torturado e morto nos cárceres da inquisição, 20/09/1761. Seu filho, Estevão de Valença Caminha, 28 anos, negociante, e sua mulher Felipa de Fonseca, 60 anos, condenados a cárcere perpétuo em 17/06/1731. Seu filho, José da Fonseca Caminha, 30 anos, mineiro, condenado em 24/07/1735, era morador da Bahia.

CAMPOS, Manoel de Abreu, que vivia de sua fazenda, morador da Bahia, Brasil, torturado e morto nos cárceres e queimado em estátua com seus ossos como judeu convicto e pertinaz em 31/03/1669. Seu filho João de Abreu Campos, 22 anos, condenado a cárcere e hábito perpétuo, junto com Jerônimo de Abreu Campos, 28 anos, com insígnias de fogo e galés em 11/03/1668.

CARDOZO, Miguel, 66 anos, mercador, do Rio de Janeiro, Brasil, condenado em 04/04/1666. Miguel Cardozo teve sua família perseguida ao longo de quatro gerações, onde mais de 100 pessoas, entre filhos, netos, bisnetos e parentes foram condenados por crime de judaísmo. Vide seu bisneto Antônio José da Silva e seu filho Salvador Cardozo Coutinho.

CARVALHO, Manoel Lopes de, 34 anos, negociante, fugiu e foi queimado em estátua como judeu convicto, revel e contumaz, em 17/10/1660. Sua mulher Izabel Marques, 27 anos, queimada viva em 15/12/1658, como judia convicta, ficta, falsa, simulada, confitente, revogante e impenitente.

CRUZ, João da, 26 anos, curtidor da Bahia, Brasil, filho de Francisco Rodrigues Chito, condenado em 26/07/1711.

DINIZ, Jorge Pereira, escrivão do Rio de Janeiro, sua mulher Branca Vasques do Pilar, 19 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo em 9/07/1713.

DOURADO, Antônio Ferreira, 53 anos, negociante de Vila Boa dos Goyases, Brasil, condenado em 20/09/1761. Seu filho Alexandre da Costa, 16 anos, aprendiz de cabelereiro, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 27/08/1758.

DUARTE de Souza, Diogo, 34 anos, filho de João Dique de Souza, 67 anos, senhor de engenho do Rio de Janeiro, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 9/07/1713, com seu irmão Fernando Dique de Souza, 30 anos, e sua irmã Ventura Isabel Izabel Dique, 26 anos, freira. Seu pai foi queimado em 14/10/1714, como judeu convicto e pertinaz.

ESPINOZA, Gaspar Nunes, que vivia de sua fazenda, da Paraíba, Brasil, seu filho João Nunes Thomás, 51 anos, negociante, condenado em 20/09/1733.

FARTO Diniz, Antonio, mercador de Santos, Brasil, sua mulher Catherina Gomes Pereira, 54 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo em 9/07/1713. Sua filha Maria do Bonsucesso, 35 anos, condenada em 24/10/1717. Seu filho Simão Farto Diniz, 59 anos, mercador do Rio de Janeiro, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão em 1/09/1737, como judeu relapso. Primeira condenação em 1713. Seu neto Salvador Rodrigues de Faria, 38 anos, mineiro, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 24/07/1735.

FERNANDES, Manoel, rendeiro, suas filhas Maria Thereza, 29 anos, Clara Maria, 24 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo em 13/10/1726. Seu filho Antônio Fernandes Pereira, 39 anos, mineiro, na Bahia, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 6/07/1732.

FERREIRA, Sanches, Antônio, sua mulher Catherine Alvares, 28 anos, condenada a cárcere perpétuo, sem remissão com insígnias de fogo e degredo para o Brasil em 4/04/1666.

FOGAÇA, Matheus Moura, 51 anos, mineiro do Rio de Janeiro, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e galés em 16/06/1720. Foi queimado vivo em 10/10/1723, como judeu convicto, confesso, relapso e impenitente.

FONSECA, Rodrigo Alvares da, mercador de Pernambuco, Brasil, foragido e queimado em estátua como judeu confesso, professo em 10/07/1644.

FRANCO, André Rodrigues, 27 anos, médico, condenado a cárcere e hábito perpétuo e degredo para o Brasil em 15/12/1658.

FREYRE de Macedo, Maria , filha de Antônio Freyre, partidor de órfãos, condenada a açoites e degredo para o Brasil, em 10/07/1644.

FURTADO, Maria, 53 anos, mulher de Luiz Antônio Guterres, negociante, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e degredo para a Ilha de São Thomé em 12/09/1706.

GAMA, Lourenço Lobo, que vivia de sua fazenda, sua mulher Joana de Gusmão, 26 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e degredo para o Brasil, em 17/09/1662.

GARCIA, Antônio, 57 anos, tratante, condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para Angola em 6/05/1725, com sua mulher Anna Martins, 47 anos. Seu filho João Garcia, 16 anos, aprendiz de sapateiro, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 24/07/1735.

GOMES da Costa, Izabel, 24 anos, mulher de João Nunes Vizeu, 41 anos, médico do Rio de Janeiro, Brasil, ambos condenados a cárcere e hábito perpétuo em 26/07/1711. Seu filho Manoel Nunes Vizeu, 27 anos, negociante, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 24/07/1735.

GOMES, João, 28 anos, filho de Manoel da Rocha Bezerra, que vive de sua fazenda, da Paraíba, Brasil, condenado em 16/09/1737.

GUSMÃO, Joana de, 26 anos, mulher de Lourenço Lobo da Gama, que vivia de sua fazenda, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão, com insígnias de fogo e degredo para o Brasil em 17/09/1662.

HENRIQUES, Violante, mulher de João Lopes de Leão, tratante, torturada e morta nos cárceres da inquisição e queimada em estátua com seus ossos em 26/11/1684, como judia convicta e pertinaz.

IZIDRO, Francisco Ferreira, 43 anos, mineiro, filho de Luiz Vaz de Oliveira, tratante de Minas Gerais, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 25/07/1728.

LEÃO, Antônio Rodrigues de, 39 anos, tratante, judeu francês, morador no Espirito Santo, Brasil, condenado em 14/10/1714 a galés e açoites.

LEITÃO, Maria, 26 anos mulher de Domingos Fernandes Leitão, pastor, condenada a cárcere e hábito perpétuo em 31/05/1669.

LEMOS, Fernão de, contratador de gado, sua viúva Felipa da Costa, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e degredo para o Brasil em 10/12/1673.

LIMA Cordeiro, Diogo de, 35 anos, fazendeiro, filho de Antônio Cordeiro de Lima, que vivia de sua fazenda, condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para Cabo Verde em 17/06/1731, com sua irmã Volante Maria.

LOBO da Gama, Lourenço, que vivia de sua fazenda, sua mulher Joanna de Gusmão, 26 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e degredo para o Brasil em 17/09/1662.

LOPES, Diogo, mercador do Rio de Janeiro, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e galés em 3/09/1600.

LUCENA Montearroyo Sebastião de, 45 anos, advogado do Rio de Janeiro, Brasil, condenado a cárcere perpétuo em 24/10/1717. Sua mulher Anna Sodré Pereira, 30 anos, recebe a mesma pena em 16/06/1720.

LUIZ Simão, Izabel, 34 anos, filha de Simão Luiz Ramalho, militar, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e degredo para Bengala em 17/06/1731. Sua irmã Thereza Luiz Ramalho, 28 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para Angola em 25/07/1728.

MACHADO, Antônio, boticário, sua viúva Joanna Manoel, 85 anos, torturada e nos cárceres da inquisição e queimada em estátua com seus ossos como judia convicta, confitente, revogante e impenitente em 17/10/1660.

MENDES, Guterres, Fernão, 34 anos, mercador, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 17/08/1764. Sua mulher Maria Soares, 20 anos, recebe a mesma pena sem remissão de fogo e degredo para o Brasil em 4/04/1666.

MENDONÇA, Calhadolid, Miguel de, 37 anos, tratante de São Paulo, Brasil, queimado vivo como judeu convicto, ficto, falso, simulado, confitente e impenitente em 17/06/1731.

MESQUITA, Antônio do Valle de, 56 anos, mercador do Rio de Janeiro, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 26/07/1711 com sua mulher Elena do Valle, 71 anos. Seu filho, José do Valle, 16 anos, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 9/07/1713.

MIRANDA, Anna de, 32 anos, mulher de Joseph da Costa, 40 anos, negociante da Bahia, Brasil, condenada a cárcere e hábito perpétuo em 25/07/1728 e como judia relapsa degredada para Cabo verde em 18/06/1741. Seu marido condenado a cárcere e hábito perpétuo em 16/10/1729.

MORENO, Franco Diogo, 38 anos, militar de Pernambuco, Brasil, condenado em 16/06/1720. seu filho Joseph Moreno franco, 19 anos, tratante, condenado em 25/07/1728.

NEVES, Rangel Rosa, 35 anos, filha de Francisco Nunes da Costa, meirinho do Rio de Janeiro, Brasil, condenada a cárcere e hábito perpétuo em 6/05/1725. Sua irmã Ignácia Rangel, 24 anos, recebeu a mesma pena em 10/10/1723.

NOGUEIRA, Brittes, 37 anos, filha de Diogo Rodrigues Nogueira, tratante, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para o Brasil

NORONHA, André de, ferreiro, sua mulher Ignes Rodrigues, 45 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e degredo em 1/12/1652. Neste dia, suas filhas Antônia de Noronha, 17 anos, e Maria de Noronha, 17 anos, são condenadas a cárcere e hábito perpétuo.

NOVAES, Francisco de, tratante, sua mulher Leonor Nunes, 43 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para o Brasil em 30/06/1709.

NUNES, Vizeu, João, 17 anos, filho de Manoel Nunes Idanha, médico, do Rio de Janeiro, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 26/07/1711, com sua mãe Elena Nunes, 41 anos, viúva.

OLIVEIRA, João de, tratante de gado, sua mulher Brittes Peres Pantoja, 36 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para o Brasil em 17/10/1660.

PACHECO, de Azevedo, Joseph, 63 anos, senhor de engenho, do Rio de Janeiro, Brasil, condenado em 24/10/1729.

PAES Barreto, Francisco, 53 anos, do Rio de Janeiro, Brasil, condenado em 14/10/1714.

PAIVA, Leonardo José de, 27 anos, mercador, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 16/10/1746.

PAREDES, Rodrigo Mendes, 34 anos, plantador de cana, do Rio de Janeiro, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 9/07/1713, com sua mulher Izabel Maria de Azevedo, 35 anos.

PASSOS, Manoel de, mercador, do Rio de Janeiro, Brasil, sua viúva Maria Pereira, 31 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo em 9/07/1713. Sua filha Branca Pereira, 22 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo em 16/02/1716.

PAZ, Catherina Mendes da, 29 anos, mulher de Francisco Antonio Henriques, 60 anos, mercador, do Rio de Janeiro, Brasil, ambos condenados a cárcere e hábito perpétuo em 30/06/1709.

PEREIRA, João, filho de Pedro Affonso, torturado e morto nos cárceres da inquisição, 15/12/1647. Sua irmã Ignez Romão condenada a cárcere e hábito perpétuo em 25/06/1645.

PERES Caldeira, João, 60 anos, sacerdote e advogado, do Rio de Janeiro, Brasil, torturado e morto nos cárceres da inquisição, 14/10/1714.

PESSOA DA Cunha, Manoel, 20 anos, filho de Pedro Pessoa da Cunha, mercador, condenado em 6/07/1732. Neste dia sua mãe Maria Henriques Pereira, 33 anos, é condenada a cárcere e hábito perpétuo como judia relapsa. Primeira condenação em 1726.

PESTANA Alvares, Martinho, filho de Francisco Pestana Alvares, contratador, torturado e morto nos cárceres da inquisição e queimado em estátua com seus ossos em 8/08/1683, como judeu convicto e pertinaz.

PIMENTEL, Jeronimo, 34 anos, médico, seria queimado em 6/05/1725, porém confessou no Auto e sua pena foi comutada para cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e galés em 13/10/1726.

PINHEIRO, Maria, 38 anos, queimada viva como judia convicta, pertinaz e impenitente em 12/09/1706. Seu marido Fernando Dias Fernandes, 49 anos, e seus filhos Diogo Dias Fernandes, 21 anos, e Antônio Lopes Dias, 19 anos, condenados a cárcere e hábito perpétuo neste dia.

PINTO, Joanna, 52 anos, viúva de Diogo Castanho de Gusmão, que vivia por sua fazenda, queimada viva como judia convicta, ficta, falsa, simulada, confitente e impenitente em 17/10/1660.

PIRES, Solis Duarte, seu filho Henrique Solis, sacerdote, fugiu para Asmsterdam, casou-se e foi queimado em estátua como judeu convicto, revel e pertinaz em 11/03/1640.

PORTO, Clara, 48 anos, mulher de Simão Rodrigues Netto, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para o Brasil em 17/08/1664.

PRETO, Lourenço Alves, rendeiro, sua mulher Thereza da Silva, 46 anos, queimada viva como judia convicta e pertinaz em 25/07/1728.

PROENÇA, Capitão Rodrigo de, sua mulher Ursula Nunes, e seu cunhado Simão Fernandes, sacerdote, condenados a açoites e degredo para o Brasil em 10/07/1644.

QUARESMA, André, inquiridor do juízo da Índia, torturado e morto nos cárceres da inquisição e queimado em estátua com seus ossos como judeu convicto e impenitente em 3/08/1636.

QUENTAL, Fernão Alvares do, sua viúva Genebra Nunes e suas filhas Mécia do Quental e Branca Nunes, todas condenadas a cárcere e hábito perpétuo em 10/07/1644. Mécia recebe a mesma pena sem remissão com insígnias de fogo e degredo para o Brasil.

RAMALHO, Antônio, serralheiro, sua viúva Maria Alves, 58 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para o Brasil em 17/08/1664.

RAMIRES, André, sapateiro, queimado vivo como judeu convicto, ficto, falso, simulado, confitente e impenitente em 10/07/1644.

RANGEL, Ignácia, 24 anos, filha de Francisco Nunes da Costa, meirinho, do Rio de Janeiro, Brasil, condenada a cárcere e hábito perpétuo em 15/10/1723. Sua irmã Rosa das Neves Rangel, 35 anos, recebe a mesma sentença em 6/05/1725.

REGO, Joanna do, 30 anos, mulher de José Pereira, lavrador da Paraíba, Brasil, condenada a cárcere e hábito em 24/07/1735.

RIBEIRO, Affonso, 28 anos, mercador, condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo com degredo para o Brasil em 4/04/1666 como judeu relapso. Primeiras condenações em 1654 e 1656. Sua mulher Juliana Correa, 24 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e degredo para o Brasil em 15/12/1658.

RODRIGUES, Simão, negociante, seu filho Duarte Dias Ruivo, 27 anos, condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para o Brasil em 17/10/1660.

RODRIGUES da Costa, Diogo, 61 anos, mercador, condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e degredo para o Brasil como judeu relapso em 17/09/1662. Primeira condenação em 1666. Seu filho Simão Rodrigues Ayres, queimado em estátua como judeu convicto e pertinaz em 11/03/1668.

ROSA, Luiza Maria, 33 anos, mulher de João Gomes de Carvalho, 28 anos, tratante, condenada a cárcere e hábito perpétuo em 25/07/1728. Seu marido recebeu a mesma pena em 13/10/1726.

SÁ e Mesquita, Francisco de, 43 anos, médico, queimado vivo como judeu convicto, ficto, falso, simulado, confitente, relapso e impenitente em 10/10/1723. Primeira condenação em 1704.

SÁ de Almeida, Antônio, 33 anos, mineiro do Rio de Janeiro, Brasil, filho de Manoel Rodrigues de Leão, mercador, condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão em 18/10/1739. Seu irmão, João Henriques de Almeida, 41 anos, tendeiro, condenado em 24/09/1752.

SANCHES, Antônio de Almeida, filho de Diogo Dias, alfaiate, ambos torturados e mortos nos cárceres da inquisição e queimados em estátua com seus ossos como judeu convicto e pertinazes em 14/03/1627.

SANTOS, João dos, 21 anos, mineiro, filho de João Alves Vianna, barqueiro do Rio de Janeiro, Brasil, condenado a cárcere e hábito em 16/06/1720. Sua mãe, Maria de Jesus, 35 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo com sua irmã Catherina Marques, 19 anos, em 24/10/1717. Seus irmãos Francisco Xavier, 20 anos, militar e Leonor de Jesus, 21 anos, condenados a cárcere e hábito perpétuo em 10/10/1723. Seu irmão Ignácio Francisco, 24 anos, militar, condenado cárcere e hábito perpétuo em 6/05/1725. Sua irmã, Ignes do Rosário, 24 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo em 25/07/1728.

SEIXAS, Diogo de Ávila, mercador, torturado e morto nos cárceres da inquisição e queimado em estátua com seus ossos como judeu convicto e impenitente em 17/06/1731. Sua mulher Anna Feijó Flores, 33 anos, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 6/11/1707.

SEQUEIRA, Francisco de, 56 anos, mercador, queimado como judeu convicto, relapso e pertinaz em 29/10/1656, primeira condenação em 1652. Sua mulher, Brittes da Pax, 42 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e degredo para o Brasil em 29/10/1656.

SEQUEIRA, Domingos José de (ou Domingos Monteiro), 24 anos, barbeiro, filho de Joseph Cardozo, carpinteiro, queimado vivo como judeu convicto, ficto, falso, simulado, confitente e impenitente em 1/09/1737. Sua mãe, Maria de Siqueira, 42 anos, viúva, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para Angola em 6/07/1732.

SERRA, Luiz, queimado vivo como judeu convicto, relapso e profitente em 6/04/1642.

SERRA, Antônio, que vive de sua fazenda, condenado a cárcere e hábito em 10/07/1644.

SERRA, Manoel Rodrigues, 58 anos, advogado, condenado a cárcere e hábito em 21/10/1723.

SERRANO, João Mendes, tratante, sua mulher Anna Henriques, 41 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para o Brasil em 14/03/1688.

SILVA, Duarte da, 56 anos, contratador, condenado a cárcere e hábito e degredo para o Brasil em 1/12/1652. Seus filhos Francisco Dias da Silva, 20 anos, e Catharina da Silva, 21 anos, 21 anos, condenados neste dia, a cárcere e hábito.

SILVA, Rafael Mendes da, 30 anos, advogado, condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para o Brasil em 31/03/1669.

SILVA, Nuno da, 28 anos, militar, condenado a cárcere e hábito perpétuo e degredo para o Brasil em 10/12/1673. Neste dia, seu pai Nuno Britto Alam, 56 anos, que vive de sua fazenda, condenado a cárcere e hábito perpétuo. Neste dia, suas irmãs, Catharina da Silva, 29 anos, Marianna da Silva, 18 anos e Joanna da Silva, 20 anos, são condenados a cárcere e hábito perpétuo.

SILVA, Antônio José da Silva, 34 anos, advogado, escritor e teatrólogo, do Rio de Janeiro, Brasil, queimado como judeu convicto e relapso em 18/10/1739. Primeira condenação em 1726. Sua mulher Leonor Maria de Carvalho, 27 anos, condenada a cárcere e hábito como judia relapsa em 18/10/1739. Primeira condenação em 1726. Antônio José da Silva foi estrangulado (garroteado) e queimado vendo sua mãe Lourença Coutinho, sua mulher Leonor Maria de Carvalho, sua tia Izabel Cardozo e seu irmão André Mendes da Silva, todos abjurando no patíbulo da inquisição para salvar suas vidas e receber penas mais leves que a sua.

Antônio José da Silva é da quarta geração de uma família que encheu cárceres da inquisição e fogueiras a com mais de cem parentes. Seu bisavô, Miguel Cardozo foi condenado em 14/04/1666. Sua tia-avó Ana da Costa, judia relapsa, foi condenada 1682 e em 26/11/1684. sua avó, Brittes Cardozo foi condenada pela inquisição de Coimbra.

A família Silva perdeu inúmeros filhos entre sofrimentos e chamas, durante a perseguição da inquisição portuguesa (segue uma lista de familiares seus que também foram de alguma forma discriminados, encarcerados, assassinados, degredados pela inquisição).

SILVEIRA, Branca Henriques da, 51 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo em 26/07/1711 com seu marido Francisco de Campos Sylva, 46 anos, plantador de cana do Rio de Janeiro, Brasil.

SOARES, André, 53 anos, médico, condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para o Brasil em 15/12/1658, como judeu relapso.

SOUZA, Izabel de, mulher de Gaspar de Souza, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para o Brasil em 14/03/1627.

TAVARES Roldão, Manoel, do Rio de Janeiro, Brasil, sua viúva Guiomar de Paredes, 52 anos, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 9/07/1713.

TAVARES, Caetano, que vive de sua fazenda, sua mulher Maria de Souza, 39 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para a Ilha de São Thomé em 17/06/1731.

TAVARES, Maria Pacheco, 48 anos, filha de José Borges Tavares, sapateiro, condenado a cárcere e hábito em 1/09/1737. Neste dia, sua irmã Antônia Maria Tavares, 45 anos, é condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para Angola.

TELLES, Francisca, 45 anos, mulher de Pedro Lobo Correa, escrivão, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e degredo para o Brasil em 21/11/1684.

TORRES, Antônio, 20 anos, militar, filho de Cláudio Teixeira Torres, militar, condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão e degredo para o Brasil em 4/04/1666.

TOURINHO, Francisco, barbeiro, do Rio de Janeiro, Brasil, sua mulher Joanna Barretta, 27 anos, condenada a cárcere e hábito em 16/06/1720.

TRINDADE, Manoel Rodrigues da, 29 anos, moço de servir, condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e galés em 20/09/1733, com seu irmão Caetano Rodrigues, 22 anos, moço de servir (judeu relapso já condenado em 1730). Seu pai Manoel Rodrigues Duarte, 50 anos, trabalhador, queimado vivo como judeu convicto, ficto, falso, simulado, confitente e impenitente em 6/07/1732. Sua irmã Maria Rodrigues, 23 anos, torturada e morta nos cárceres da inquisição em 6/07/1732.

UCHÔA de Gusmão, Felicitas, 48 anos, mulher de Luiz da Fonseca Rego, que vive de suas lavouras na Paraíba, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 6/07/1732.

VALLE, João Rodrigues do, 59 anos, senhor de engenho do Rio de Janeiro, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 26/07/1711, com sua mulher Leonor Guterres, 42 anos e seus filhos Manoel do Valle Guterres, 21 anos e Elena do Valle, 14 anos.

VALLE, Diogo Correa do, 59 anos, médico, de Villa Rica, Brasil, queimado em 6/07/1732, como judeu convicto e pertinaz. Seu filho Miguel Correa, 28 anos, lavrador, também queimado como judeu convicto e pertinaz neste dia.

VALENÇA Caminha, Luiz de, plantador de cana, da Paraíba, Brasil, torturado e morto nos cárceres da inquisição, 20/09/1761. Sua mulher, Felipa da Fonseca, 60 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo em 17/06/1731, com seu filho Estevão de Valença Caminha, 28 anos, comerciante. Seu filho José da Fonseca Caminha, 30 anos, mineiro, da Bahia, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 24/07/1735.

VARGAS, Gonçalo. lavrador, sua filha Anna Vaz, 41 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão, açoites e degredo para o Brasil em 8/08/1683, como judia relapsa. Primeira condenação em 1670.

VAZ Loução, João, mercador, sua viuva Anna Rodrigues, 67 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e degredo para o Brasil em 15/12/1658.

VAZ, Diogo, militar, de Sergipe, Brasil, condenado a cárcere e hábito em 31/03/1669.

VEYGA, João Lopes da. 30 anos, advogado, do Rio de Janeiro, Brasil, condenado a cárcere e hábito em 9/07/1713.

VEYGA, Francisco Mendes, mercador, do Rio de Janeiro, Brasil, sua filha Pascoa Mendes, 28 anos, condenada a cárcere e hábito perpétuo em 9/07/1713.

VIEYRA, Catherina, filha de Luiz Fernandes, confeteiro e curtidor, e Luiza Fernandes, queimada como judia convicta e impenitente em 20/05/1635, com sua mãe. Seu irmão Fernão Lopes condenado a mordaça, açoites e galés em 2/04/1624.

VILLA-LOBOS, Estevão de, 19 anos, filho de Manoel Serrão Gramacho, 42 anos, mercador, condenado a cárcere e hábito em 26/11/1684. Seu pai condenado a cárcere e hábito perpétuo em 6/08/1683 com sua irmã Leonor de Santo Antônio, 31 anos.

VILLANOVA, Leonor de Febos, 33 anos, filha de Salvador Villanova, militar, condenada a cárcere e hábito perpétuo sem remissão com insígnias de fogo e degredo para o Brasil em 17/08/1664.

VIZEU, Manoel Nunes, 65 anos, lavrador de cana do Rio de Janeiro, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 26/07/1711, com sua mulher Catherina Rodrigues de 92 anos.

XAVIER, Francisca, 35 anos, freira, torturada e morta nos cárceres da inquisição, 26/11/1684.

XAVIER de Oliveira, Francisco, militar, filho de José de Oliveira e Souza, contador, fugiu para Londres e foi queimado em estátua como judeu convicto e revel em 20/09/1761.

XIMENES, José Correa, 41 anos, senhor de engenho do Rio de Janeiro, Brasil, condenado a cárcere e hábito perpétuo em 10/09/1713, com sua mulher Guiomar de Azevedo, 27 anos.

ZURIAGA, Pedro de, 47 anos, judeu nascido em Têtuan, Marrocos, condenado a cárcere e hábito perpétuo sem remissão em 10/12/1673, como judeu relapso. Condenado anteriormente pela inquisição de Granada.

Fonte: Geosites

Disponível em: http://www.geocities.com/kbeto082002/Historia/familias.html

O Decreto de Alhambra

Este é o decreto de expulsão promulgado pela rainha Isabel e pelo rei Fernando da Espanha, em 1492, o qual forçou os judeus espanhóis - os sefaradim - a deixar a Espanha para sempre.


          Rei Fernando e Rainha Isabel, pela graça de Deus, rei e rainha de Castela, Leão, Aragão e outros domínios da coroa - ao príncipe João, aos duques, marqueses, condes, aos da santa ordem, priores, comandantes de cavalarias, senhores de castelos, cavaleiros, e a todos os judeus, homens e mulheres de qualquer idade, e a qualquer outro a que essa carta diga respeito - saúde e graça a vocês.

          Vós bem sabeis que em nossos domínios há certos maus cristãos que judaizaram e cometeram apostasia contra nossa Santa Fé Católica, muito disso devido a comunicações entre judeus e cristãos [novos]. Portanto, no ano de 1480, ordenamos que os judeus fossem separados das cidades e vilas de nossos domínios, e que a eles fossem dados quarterões separados [calles, em espanhol, ou judiarias], esperando que por tal separação a situação fosse remediada. E nós ordenamos o estabelecimento de uma Inquisição nesses domínios; e por doze anos ela tem funcionado, a Inquisição encontrou muitas pessoas culpadas. Ademais, fomos informados pela Inquisição e por outros que a grande ofensa aos cristãos persiste, e continua em virtude das conversas e comunicações que têm com os judeus, tais judeus tentando de todas as maneiras subverter nossa Santa Fé Católica e tentando afastar fiéis cristãos de suas crenças.

         Esses judeus instruem esses cristãos [novos] em suas cerimônias e na observância de sua Lei, circuncidando crianças, e dando-lhes livros de orações, e declarando a eles os dias de jejum, e encontrando com eles para ensinar-lhes as histórias de sua Lei, notificando-os quando esperar a Páscoa e como observá-la, dando-lhes pão sem levedura e carne cerimonial, e instruindo-os sobre coisas das quais devem se abster, com respeito à alimentação e a outros itens de observância da sua Lei de Moisés, fazendo-os entender que não há outra lei ou verdade além dela. Tudo fica claro, com base nas confissões desses judeus e também daqueles pervertidos por eles, que isso tem resultado grandes danos à nossa Santa Fé Católica. 

          E porque sabíamos que o verdadeiro remédio para tais danos e dificuldades assenta-se sobre o rompimento de toda a comunicação entre os ditos judeus com os cristãos e em tirá-los de todos os nossos reinos, nós procuramos nos satisfazer ordenando a saída dos judeus de todas as cidades e vilas e lugares da Andaluzia onde parece que houve maiores danos, crendo que seria suficiente para que os de outras cidades e vilas e lugares de nossos reinos e possessões cessariam de cometer os desvios citados. E porque fomos informados de que nem isso, nem a justiça feita a alguns dos judeus achados culpados nos mencionados crimes e transgressões contra nossa Santa Fé Católica, tem sido um completo remédio para prevenir e corrigir tamanho opróbrio e ofensa à fé e religião cristã; porque a cada dia parecem crescer os judeus na continuação de seu maldoso e ofensivo propósito onde quer que residam ou se relacionem; e porque não há lugar restante em que a nossa Santa Fé não tenha sido ofendida, são tão numerosos aqueles que Deus tem protegido até este dia quanto aqueles já afetados, resta à Santa Mãe Igreja consertar e reduzir o assunto ao seu estado original, por causa da nossa fragilidade humana, poderia acontecer de sucumbirmos à tentação diabólica que continuamente intenta contra nós se a sua principal causa não fosse removida, a qual seria a expulsão dos ditos judeus do reino. Porque quando um grave e detestável crime é cometido por alguns membros de um dado grupo, é razoável que o grupo seja dissolvido ou aniquilado, a minoria pela maioria sendo punidos um pelo outro, a aqueles que perverteram os bons e honestos moradores nas cidades e vilas e os quais pelo seu contágio poderiam ofender outros, sejam expulsos do meio do povo, e ainda por outras causas menores, que seriam ofensivas à República, e tudo o mais pelos maiores desses crimes, perigosos e contagiosos como o são.

          Além do mais, com o conselho e parecer dos homens eminentes e cavaleiros do nosso reino, e de outras pessoas de conhecimento e sabedoria de nosso Supremo Conselho, depois de muita deliberação, está combinado e resolvido que todos os judeus e judias sejam ordenados a sair de nossos reinos, e que nunca seja permitido o seu retorno.

          E ordenamos previamente neste édito que todos os judeus e judias de qualquer idade que residem em nossos domínios e territórios, que saiam com os seus filhos e filhas, seus servos e parentes, grandes ou pequenos, de qualquer idade, até o fim de julho deste ano, e que não ousem retornar a nossas terras, nem mesmo dar um passo nelas ou cruza-las de qualquer outra maneira. Qualquer judeu que não cumprir este édito e for achado em nosso reino ou domínios, ou que retornar ao reino de qualquer modo, será punido com a morte e com a confiscação de todos os seus pertences.

          Ainda ordenamos previamente que nenhuma pessoa em nosso reino, de qualquer estado, ou nobreza, esconda ou mantenha ou defenda qualquer judeu ou judia, seja pública ou secretamente, do fim de julho em diante, em sua casa ou em qualquer lugar em nosso reino, sob pena de perda de seus pertences, vassalos, fortalezas e privilégios hereditários.

          Para que os mencionados judeus disponham de seus lares e pertences no dado período de tempo, no presente nós provemos a garantia de proteção real e segurança para que, até o fim do mês de Julho, eles possam vender e trocar seus pertences e mobília e outros itens, e para dispor deles como quiserem; e que durante o dito período, ninguém faça mal ou injúria ou injustiça às suas pessoas ou aos seus bens, o que é contrário à justiça e incorrerá na punição que sucede àqueles que violam nossa real segurança.

          Assim garantimos a permissão aos mencionados judeus e judias para levar seus bens e pertences dos nossos reinos, seja por mar ou por terra, com a condição de que não levem ouro ou prata ou dinheiro cunhado ou qualquer outro item proibido pelas leis do reino.

          Por conseguinte, ordenamos a todos os conselheiros, juízes, magistrados, cavaleiros, portadores de brasão, oficiais, bons homens da cidade de Burgos e de outras cidades e vilas de nossos reinos e domínios, e a todos os nossos vassalos e súditos, que observem e cumpram essa carta e tudo o que nela está contido, e que dêem toda a ajuda e favor que seja necessário à sua execução, sujeito a punição pela nossa soberana graça de confiscação de todos os seus bens para nossa casa real.

          E que isso seja de conhecimento de todos, e para que ninguém finja ignorância, ordenamos que este édito seja proclamado em todas as praças e reuniões costumeiras de todas as dadas cidades; e que nas maiores cidades e vilas da diocese, que seja feito pelo clamador da cidade na presença do escrivão público e que um nem um nem o outro façam o contrário do que foi desejado, sujeito à punição pela nossa soberana graça do despojo de seus cargos e de confiscação dos bens daquele que fizer o contrário. E ordenamos previamente que testemunho seja providenciado à corte, na maneira de testemunho assinado, sobre o modo em que o édito está sendo levado.

Dado na cidade de Granada, no trigésimo primeiro dia de Março no ano do nosso Senhor Jesus Cristo - 1492.

Assinado, Eu, o Rei, Eu a Rainha, Juan de Coloma, Secretário do Rei e da Rainha, o qual tem escrito por ordem de suas Majestades.


Traduzido do Inglês por Thiago Costa

Fonte:Memorial Brasil

Disponível em:http://www.geocities.com/brasilsefarad/decreto.htm

A Luta pelos Direitos Civis


Quando as portas das escolas foram fechadas aos negros americanos

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Tropas federais escoltam estudantes negros permitindo-lhes a entrada na 
Little Rock Central High School, em setembro de 1957.

As pessoas se aglomeravam em frente à entrada da escola. Gritavam a plenos pulmões expressando o ódio e a repulsa que sentiam em relação aos indivíduos que se encaminhavam à porta de entrada daquela unidade escolar. Carregavam um sentimento alimentado ao longo de toda uma história, marcada pelo segregacionismo, pela discriminação racial e pautada na idéia de superioridade de parte dessa sociedade em relação a certos contingentes populacionais. Faixas e cartazes traziam dizeres ofensivos e a agressividade imperava no ar. Se a polícia não estivesse presente é pouco provável que as pessoas hostilizadas conseguissem sair daquela situação sem que fossem agredidas.

“A separação promove harmonia racial. Permite que cada raça siga seu destino, desenvolva sua própria cultura, suas próprias instituições, e sua própria civilização. Segregação não é discriminação. Segregação não é um símbolo de inferioridade racial. A segregação é desejada e apoiada pela vasta maioria dos membros das duas raças no Sul, que vivem lado a lado em condições harmoniosas. É a lei da natureza, é a lei de Deus, que cada raça tem tanto o direito quanto o dever de se perpetuar. Homens livres têm o direito de mandar seus filhos para escolas de sua preferência, livres da interferência do governo.”
(James Eastland, representante do estado do Mississipi, em discurso no Senado americano em 27 de maio de 1954).

Esse é um pequeno recorte da questão racial nos Estados Unidos dos anos 1950, quando por determinação da Suprema Corte, os negros passaram a ter o direito de freqüentar as mesmas escolas dos brancos. Poucos foram aqueles que ousaram enfrentar as barricadas e as manifestações contrárias a seu ingresso nas escolas do sul do país naquele momento inicial de confronto, entretanto a história registrou a luta desses verdadeiros mártires e seus passos garantiram a vitória na batalha pela conquista dos Direitos Civis nos Estados Unidos.

Imagem-de-manifestantes-racistas-lotando-a-High-Street
Depois de ouvirem o governador Faubus e outros oradores a favor da segregação racial, 
manifestantes racistas encheram a High Street (atualmente Avenida Martin Luther King Jr.), 
caminhando em direção a Central High School (de Little Rock), em agosto de 1957)

As pressões da Associação Nacional pelo Avanço das Pessoas de Cor (National Association for the Advancement of Coloured People) visavam justamente obter o necessário apoio legal do governo federal norte-americano para, dessa forma, submeter os estados sulistas a superar a idéia vigente até aquele momento pela qual se dizia que os negros eram tratados de forma igual, só que separados dos brancos (“separate and equal”).

Estados americanos como o Texas, Oklahoma, Arkansas, Mississipi, Alabama, Geórgia, Flórida, Missouri, Louisiana, Carolina do Norte e Carolina do Sul se utilizavam desse expediente que lhes assegurava a separação de escolas entre brancos e negros (que se aplicava também ao transporte público, a bebedouros e banheiros públicos, a logradouros municipais e estaduais,...).

Teoricamente bastava a esses estados garantir que a qualidade desses serviços fosse equivalente para ambas às clientelas que o problema estaria superado, ao menos era o que definia a Suprema Corte norte-americana até 1954. Não era aquilo que se observava na prática já que havia uma clara superioridade no atendimento e na qualidade dos materiais e recursos destinados a população branca.

1954 foi o ano da virada. O exame das condições providas pelos estados sulistas quanto às escolas de brancos e negros levou a Suprema Corte a alterar seus posicionamentos, declarando a situação inconstitucional e determinando que, em virtude da desigualdade de recursos, as escolas deveriam admitir a freqüência de negros e brancos, sem qualquer tipo de separação.

Imagem-de-negros-sentados-em-lanchonetes-em-manifestação
Negros americanos em protesto contra o não atendimento em uma lanchonete 
no sul dos Estados Unidos ficaram durante horas sentados em cadeiras desse estabelecimento. 
Várias pessoas brancas desistiram de se alimentar na lanchonete em virtude da presença dos manifestantes.

Alguns estados admitiram e promoveram o estabelecimento das diretivas da Suprema Corte. Não porque concordassem com as novas diretrizes, mas motivados pela economia de recursos que a medida lhes proporcionava já que seus contingentes populacionais negros eram pequenos e a manutenção de escolas à parte, destinadas exclusivamente a esse nicho populacional, lhes era custosa.

Entretanto alguns dos estados sulistas resistiram e iniciaram campanhas contrárias a aplicação das normas definidas pela Suprema Corte, entre os quais o estado de Arkansas.

A resistência à idéia de integração era tão grande que o governador do estado de Arkansas, Orval Faubus, colocou a guarda nacional estabelecida em seu território na porta da Central High School de Little Rock para impedir o acesso de estudantes negros a esse estabelecimento. Além disso, Faubus utilizou-se da imprensa oficial do estado (Arkansas State Press) para divulgar suas idéias e estabelecer uma campanha contra a integração racial nas escolas.

“Eu tinha 15 anos em setembro de 1957. Naquele tempo eu pensava que a guarda nacional estava lá para proteger todos os estudantes. Eu pensei que eles estivessem lá para fazer com que a lei fosse cumprida. Eu não imaginava que eles estavam lá para me manter fora da escola. Meus professores pensavam que seríamos ofendidos, mas eu acreditava que eventualmente acabaríamos sendo aceitos”.
(Depoimento dado por Elizabeth Eckfort ao repórter Peter Lennon, do jornal The Guardian, em 30 de dezembro de 1998)

Em reação a essa postura que contrariava os direitos civis no país, as associações que lutavam pelo estabelecimento da igualdade de direitos, apoiadas pelo prefeito da cidade de Little Rock, Woodrow Mann, apelaram ao presidente da república, o ex-general Dwight Eisenhower, para que tropas federais fossem mandadas para as áreas de conflito no estado de Arkansas.

Eisenhower veio a público e, pressionado publicamente por americanos e estrangeiros, declarou seu apoio à luta pelos direitos civis, alertando para o fato de que a situação nos estados do sul do país estava abastecendo os comunistas de informações que serviam para deteriorar a imagem do país na intensa luta pela conquista de aliados travada desde o final da 2ª Guerra Mundial. Referia-se a Guerra Fria. O racismo contradizia as pregações democráticas do capitalismo norte-americano e poderia fomentar o crescimento da influência soviética no mundo.

“Num tempo em que nos defrontamos com situações graves no exterior por causa do ódio do comunismo em relação a um sistema de governo baseado nos direitos humanos, seria difícil exagerar o prejuízo que está sendo causado ao prestígio e influência e até mesmo a segurança de nossa nação no mundo. Nossos inimigos estão se aproveitando desse incidente (em Little Rock) e o usando em todos os lugares para abalar o prestígio de toda a nação”.
(Discurso do presidente Eisenhower, transmitido pela televisão, em 24 de setembro de 1957, de Little Rock).

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Martin Luther King Jr. Foi o maior expoente da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.

Os habitantes de Little Rock acusaram o governo federal de terem enviado um verdadeiro exército de ocupação para efetivar a integração e continuaram resistindo com agressividade a entrada de negros em suas escolas “brancas”. Oito estudantes mantiveram sua decisão de continuar a luta pela integração em Little Rock. Sofreram agressões físicas, foram vítimas de xingamentos e humilhações, seus pais foram demitidos por insistirem em mandar os filhos a escolas de brancos.

A Ku Klux Klan fincou suas cruzes ardendo em chamas no quintal dessas famílias e também do prefeito Woodrow Mann.

As tropas federais somente puderam sair de Little Rock em Novembro de 1957. Os primeiros estudantes negros a se formarem na escola receberam seus diplomas em maio de 1958. A luta se prolongou por mais um longo período e teve baixas consideráveis (como a morte do reverendo Martin Luther King Jr., principal líder negro no movimento pelos Direitos Civis), no final a integração racial aconteceu e a tolerância continua sendo objeto de movimentos e discussões até os dias de hoje, tanto nos Estados Unidos quanto em outras partes do planeta...

Fonte:Planeta Educaçao

Disponível em:http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=251