9.9.09

1968 - O ano que não terminou.

Introdução

Em 1968 os Estados Unidos estavam mergulhados na guerra no Vietnã e se agitaram com o assassinato do líder negro Martin Luther King Jr. A Europa entrou no furacão das revoltas estudantis. E o Brasil, com o endurecimento do regime militar, entrou numa fase de censura política e dura repressão policial.


Primavera de Praga

O ano de 1968 foi de muitas perdas na história mundial, mas foi também um período de conquistas sociais importantes que ecoam até os dias de hoje, como a igualdade de direitos civis, a liberação sexual, o reconhecimento das lutas dos estudantes e da diversidade cultural.

O clima de agitação mundial se estendeu por todo o ano de 1968, mas foi especialmente no mês de maio daquele ano que as revoltas foram sentidas com mais força e transmitidas de um país a outro pelos meios de comunicação de massa -principalmente a televisão.


Estudante presa em Ibiúna durante reunião da UNE




As barricadas de maio


Rua de Paris durante os protestos de maio de 68

Em 1965, na periferia da capital francesa, instalou-se Universidade Paris - Nanterre para acolher estudantes que não ingressavam no circuito superior tradicional (Sorbone, Escola Normal, Escola Politécnica, etc..). Em pouco tempo tornou-se um centro de contestação. Em princípios de 1968 os estudantes convidaram o psicanalista Wilhelm Reich para uma palestra mas as autoridades vetaram-no. A questão sexual voltou a cena quando o líder estudantil Daniel Cohn-Bendit questionou o Ministro da Educação. As manifestações que se seguiram foram reprimido pela polícia. Em represália os estudantes ocuparam Nanterre em 22 de março. Seus colegas da Sorbone se solidarizaram.

Em 3 de maio a Universidade de Sorbone foi fechada pelas autoridades.O movimento se espalhou. Passeatas estudantis, organizadas pela UNEF (Union nationale des étudiants de France), foram dissolvidas com violência cada vez maior pela CRS, a policia do Presidente De Gaulle. Indignados os estudantes ergueram obstáculos nas ruas centrais de Paris que davam acesso ao Quartier Latin, antigo centro universitário da cidade. A maior batalha deu-se na “noite das barricadas”, em 10 de maio. A essa altura ganharam as simpatias de outros setores sociais: sindicalistas, professores, funcionários, jornaleiros, comerciários, bancários aderiram a causa estudantil. De protesto estudantil contra o autoritarismo e o anacronismo das academias rapidamente transformou-se, com a adesão dos operários, numa contestação política ao regime gaulista.



Paris, com o calçamento revirado, vidraças partidas, postes caídos e carros incendiados, assumiu ares de cidade rebelada. No alto das casas e
prédios tremulavam bandeiras negras dos anarquistas. De 18 de maio a 7 de junho, 9 milhões de franceses declararam-se em greve geral. No dia 13 de maio um milhão e duzentos mil marcharam pelas ruas em protesto contra o governo. Liderados por Daniel Cohn-Bendit (Dany le rouge), Alan Geismar e Jacques Sauvageot, os estudantes colocaram em xeque o regime do velho general.

De Gaulle, em 29 de maio, chegou a viajar para as bases francesas na Alemanha para obter apoio do Gen. Massu afim de uma possível intervenção militar. Enquanto isso delegados governamentais negociavam em Grenelle com os sindicatos uma série de melhorias para retirar os trabalhadores da greve e afastá-los dos jovens radicais. Os comunistas por sua vez negaram-se a associar-se a qualquer tentativa de assaltar o poder, o que fez J.P.Sartre denunciá-los dizendo que “Os Comunistas temem a revolução.”

De Gaulle recuperado propôs uma solução eleitoral e graças a ela, com o apoio de uma imensa manifestação da “maioria silenciosa” pela ordem, conseguiu evitar um motim social. Obteve uma significativa vitória nas eleições de 23-30 de junho. A partir de então o movimento estudantil refluiu. A tormenta passara, mas o General De Gaulle enfraquecido renunciou a presidência da Republica em 27 de abril de 1969, depois de tê-la ocupado por dez anos. Um jornalista francês Pierre Viansson-Ponté, num artigo irônico e profético escrito em março, alertou que “os franceses morrem de tédio” por estarem de fora dos grandes acontecimentos que ocorriam no mundo de então. Em maio o tédio transformou-se em furor e virou a França de cabeça para baixo.


A Primavera de Praga


“Um Socialismo de rosto humano” - Alexander Dubcek, 1968

Em 5 de abril de 1968 o povo tcheco tomou-se de surpresa quando soube dos principais pontos do novo Programa de Ação do PC tchecoslovaco. Fora uma elaboração de um grupo de jovens intelectuais comunistas que ascenderam pela mão do novo secretário-geral Alexander Dubcek, indicado para a liderança em janeiro daquele ano. Dubcek um completo desconhecido decidira-se a fazer uma reforma profunda na estrutura política do pais. Imaginara desestalinizá-lo definitivamente, removendo os derradeiros vestígios do autoritarismo e do despotismo que ele considerava aberrações do sistema socialista.

Apesar da desestalinização ter-se iniciado no XXº Congresso do PCURSS, em 1956, a Tchecoslováquia ainda era governada por antigos dirigentes identificados com a ortodoxia. Ainda viviam sob a sombra do que Jean-Paul Sartre chamou de “o fantasma de Stalin”. Dubcek achou que era o momento de “dar uma face humana ao socialismo”.

Além de prometer uma federalização efetiva, assegurava uma revisão constitucional que garantisse os direitos civis e as liberdades do cidadão. Entre elas a liberdade de imprensa e a livre organização partidária, o que implicava no fim do monopólio do partido comunista. Todos os perseguidos pelo regime seriam reabilitados e reintegrados. Doravante a Assembléia Nacional multipartidária é quem controlaria o governo e não mais o partido comunista, que também seria reformado e democratizado. Uma onda de alegria inundou o país. Chamou-se o movimento, merecidamente, de “ A Primavera de Praga”.

De todos os lados explodiram manifestações em favor da rápida democratização. Em junho de 1968, um texto de “Duas Mil Palavras” saiu publicado na Gazeta Literária (Liternární Listy), redigido por Ludvik Vaculik, com centenas de assinaturas de personalidades de todos setores sociais, pedindo a Dubcek que acelerasse o processo. Acreditava que seria possível transitar pacificamente de um regime comunista ortodoxo para uma social-democracia ocidentalizada. Dubcek tentava provar a possibilidade do convívio entre uma economia coletivizada com a mais ampla liberdade democrática.


Tanques russos invadem Praga

O mundo olhava para Praga com apreensão. O que fariam os soviéticos e os seus vizinhos comunistas? As liberdades conquistadas em poucos dias pelo povo tcheco eram inadmissíveis para as velhas lideranças das “Democracias Populares”. Se elas vingassem em Praga eles teriam que também liberalizar os seus regimes. Os soviéticos por sua vez temiam as conseqüências geopoliticas. Uma Tchecoslováquia social-democrata e independente significava sua saída do Pacto de Varsóvia, o sistema defensivo anti-OTAN montado pela URSS em 1955. Uma brecha em sua muralha seria aberta pela defecção de Dubcek.

Então, numa operação militar de surpresa, as tropas do Pacto de Varsóvia lideradas pelos tanques russos entraram em Praga no dia 20 de agosto de 1968. A “Primavera de Praga” sucumbia perante a força bruta. Sepultaram naquela momento qualquer perspectiva do socialismo poder conviver com um regime de liberdade. Dubcek foi levado a Moscou e depois destituído. Cancelaram-se as reformas, mas elas lançaram a semente do que vinte anos depois seria adotado pela
própria hierarquia soviética representada pela política da glasnost de Michail Gorbachov. Como um toque pessoal e trágico, em protesto contra a supressão das liberdades recém-conquistadas, o jovem Jan Palach incinerou-se numa praça de Praga em 16 de janeiro de 1969.

Vietnã e os EUA

Nos Estados Unidos, a opinião pública passou a rejeitar a guerra do Vietnã após ficar chocada com as imagens que a TV mostrava da ofensiva do Tet, momento em que os vietcongs atacaram tropas americanas, a partir de janeiro. A morte de Martin Luther King também gerou revoltas das comunidades negras.


Coretta Scott King, mulher de Luther King, lidera protesto quatro dias após o assassinato do marido.


Foto considerada como marco na virada da opinião pública americana em relação a guerra.


A rebelião no Brasil


Três meses antes de ocorrer o levante dos estudantes parisienses, no Rio de Janeiro em 28 de março de 1968, um secundarista carioca chamado Edson Luís foi morto numa operação policial de repressão a um protesto em frente ao restaurante universitário “Calabouço”. Deu-se uma comoção nacional. O enterro fez-se acompanhar por uma multidão de 50 mil pessoas, estando presentes inúmeros intelectuais e artistas.

A partir daquele momento o Brasil entraria nos dez meses mais tensos e convulsionados da sua história do após-guerra. A insatisfação da juventude universitária com o Regime Militar de 1964, recebeu adesão de escritores e gente do teatro e do cinema perseguidos pela censura. As principais capitais do país, principalmente o Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo, em pouco tempo se tornaram praça de guerra onde estudantes e policiais se enfrentavam quase que diariamente.Cada ação repressora mais excitava a juventude à oposição. Naquela altura apenas os estudantes enfrentavam o regime pois os lideres civis da Frente Ampla (Carlos Lacerda, Jucelino Kubischek e João Goulart, que estava exilado) haviam sido cassados.

Em 26 de junho daquele ano 100 mil pessoas - a Passeata dos Cem Mil - marcharam pelas ruas do Rio de Janeiro exigindo abrandamento da repressão, o fim da censura e a redemocratização do pais. A novidade foi a presença de religiosos, padres e freiras, que aderiram aos protestos. A juventude da época dividiu-se entre os “conscientes”, nos politizados que participavam das passeatas e dos protestos, e os “alienados”que não se inclinavam por ideologias ou pela política.


Passeata dos 100 mil

Em apoio ao regime surgiu o CCC (Comando de Caça aos Comunistas) de extrema-direita que se especializou em atacar peças de teatro e em espancar atores e músicos considerados subversivos.

Em outubro, ao organizar clandestinamente o 30º congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), o movimento estudantil praticamente se suicidou. Descobertos em Ibiuna no interior de São Paulo, 1200 foram presos. A liderança inteira, entre eles Vladimir Palmeira, caiu em mãos da policia numa só operação. Como coroamento do desastre, o regime militar, sob chefia do Gen. Costa e Silva, decretou, em 13 de dezembro, o AI-5 (Ato Institucional nº 5).


Líder estudantil Vladimir Palmeira

Fechou-se o Congresso, prenderam-se milhares de oposicionista e suprimiram-se as liberdades civis que ainda restavam. A partir de então muitos jovens aderiram a luta armada entrando para organizações clandestinas tais como a ALN (Ação de Libertação Nacional), a VAR-Palmares ou dezenas de outras restantes. Por volta de 1972 o regime militar esmagara todas elas, fazendo com que os sobreviventes se exilassem ou fossem condenados a longas penas de prisão.

Pode-se dizer que a rebelião estudantil, se por um lado precipitou a abolição das liberdades marcando a transição do Regime Militar para a Ditadura Militar, por outro anunciou para o futuro o Movimento das Diretas-já, de 1984, que pôs término aos 20 anos de autoritarismo.

A herança de 68

Quarenta anos depois, no entanto, as consequências diretas ou indiretas daquelas revoltas juvenis ainda são debatidas.

A revitalização recente do movimento estudantil no Brasil e na França, com ocupações de reitorias e indícios de distanciamento de sindicatos e partidos políticos, tem gerado comparações com as manifestações de 1968; os protestos
pró-diretos humanos em todo o mundo contra a realização das Olimpíadas em Pequim; a corrida à Presidência de Barack Obama, com a possibilidade de os Estados Unidos elegerem seu primeiro líder negro na Casa Branca; o ressurgimento do interesse por artistas como os Mutantes; sem falar na infinidade de livros de autores e atores dos episódios daquele ano -tudo isso transpira 1968.

“Em 1965, uma mulher casada tinha que pedir permissão ao marido para abrir uma conta bancária. Hoje você tem uma aceitação da autonomia da homossexualidade, apesar da Igreja ainda ter seus problemas. Há uma aceitação da diversidade dos indivíduos. Uma idéia de direitos humanos e democracia”, declarou à agência de notícias France Presse o franco-alemão Daniel Cohn-Bendit, um dos principais líderes dos estudantes de Nanterre em 68. Hoje, ele é deputado do parlamento europeu pelo Partido Verde.

Na contra-mão, o idealismo da geração 1968 não passou exatamente incólume à virada do século 21.

No Brasil, ex-líderes estudantis da época, como o ex-deputado José Dirceu, enfrentam acusações em episódios de corrupção. Na Europa, pressionados pelo desemprego e o aumentos dos gastos sociais, grupos cada vez maiores de eleitores apóiam políticas duras contra a entrada de imigrantes em seus países. E, na França, berço dos protestos libertários de Maio de 1968, o presidente eleito Nicolas Sarkozy leva adiante uma "cruzada" para "liquidar de uma vez" com a herança daquele período.

Divorciado e ex-aluno da mesma Nanterre de Cohn-Bendit, Sarkozy, representante dos conservadores franceses, afirma que o verdadeiro legado de 1968 foi o de ter “acabado com a diferença entre o bem e o mal, entre o verdadeiro e o falso, entre o bonito e o feio"

Cronologia

Janeiro

* 5 de Janeiro - Na Tchecoslováquia, acontece o início da Primavera de Praga, marcada pela vitória nas eleições do ministro Alexander Dubček, que questiona a Cortina de Ferro.
* 15 de Janeiro - Um terremoto mata 231 pessoas na Sicília, Itália.
* 21 de Janeiro - Acidente: Cai na Groelândia um bombardeiro americano B-52 com 4 bombas atômicas.
* 30 de janeiro - Vietcongues lançam a "Ofensiva Tet" contra os americanos durante o ano-novo vietnamita (o ano lunar chinês).
* 31 de Janeiro - Vietcongues atacam a embaixada americana em Saigon.

Fevereiro

* 5 de fevereiro - Universidades são ocupadas por estudantes na Espanha e na Itália, e na Alemanha, um consulado americano.
* 18 de fevereiro - Em Berlim, grande manifestação estudantil contra a guerra do Vietnã, liderada por Rudi Dutschke.
* 12 de Fevereiro - A vila de Mocuba, Moçambique é elevada à categoria de cidade.

Março

* 7 de Março - Guerra do Vietnã: Primeira batalha em Saigon começa.
* 12 de Março - Declarada a independência das Ilhas Maurício.
* 16 de Março
o Robert F. Kennedy entra na disputa da presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata.
o Guerra do Vietnã: Tropas americanas matam vários civis (Matança de My Lai).
* 27 de Março - Morre o astronauta russo Yuri Gagarin.
* 28 de Março - Em Portugal, criação da freguesia de Ponte de Vagos.
* 28 de Março - O estudante paraense Edson Luís de Lima Souto, de 16 anos, é morto pela polícia no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro, Brasil.

Abril

* 2 de Abril - Missa realizada na Candelária em homenagem ao estudante Edson Luís, que após o término estava cercada pela cavalaria da PM, dezenas de pessoas ficaram feridas.

- Outra missa foi forçadamente realizada por ordem do então Vigário Geral D. Castro Pinto que não acatou a proibição da Ditadura, cerca de seiscentas pessoas acompanharam a missa e foram escoltadas pelos padres até a Av. Rio Branco, mesmo assim muitos ficaram encurralados nas ruas da Candelária, dezenas de pessoas novamente ficaram feridas.

* 4 de Abril
Martin Luther King é assassinado em Memphis, Tennessee
Falece o jornalista e empresário Assis Chateaubriand, dono da TV Tupi e do império dos Diários Associados.
* 6 de abril - Lançamento do filme 2001, Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick.
* 7 de Abril - Morre o ator Amílton Fernandes, o Albertinho Limonta da primeira versão da novela O Direito de Nascer de 1964.
* 11 de Abril - O presidente americano, Lyndon Johnson, assina a lei sobre os direitos civis.
* 20 de Abril - Pierre Elliott Trudeau torna-se primeiro-ministro do Canadá.
* 23 de Abril - Em Paris, França, é feito o primeiro transplante do coração na Europa.
* 23 a 30 de Abril - Guerra do Vietnã: Estudantes americanos fazem prostestos contra a guerra, na Universidade de Columbia, em Nova York.

Maio

* 2 de Maio - Inicio do "Maio de 1968". Estudantes se manifestam contra o "status quo". Barricadas são levantadas nas ruas e ocorrem confrontos com a polícia.
* 3 de Maio A Universidade de Paris (Sorbonne) é fechada pelas autoridades. A UNEF (Union nationale des étudiants de France) organiza passeatas que são dissolvidas com violência cada vez maior pela polícia.
* 10 de Maio A "noite das barricadas". Os estudantes ganham a simpatia de bancários, comerciantes, funcionários públicos, jornaleiros, professores e sindicalistas que aderem à causa estudantil. O protesto estudantil contra o autoritarismo e anacronismo das academias, com a adesão dos operários, transforma-se numa contestação política ao regime de Charles de Gaulle, então presidente francês.
* 22 de Maio - O submarino americano Scorpion afunda com 99 homens a bordo a 400 milhas de Açores.
* 26 de Maio - O médico Euryclides de Jesus Zerbini realiza em João Boiadeiro o primeiro transplante cardíaco do Brasil.

Junho

* 5 de Junho - Robert Kennedy é atingido por tiros no Hotel Ambassador em Los Angeles, na Califórnia. Kennedy morre.


* 26 de Junho - É realizada, na Av. Rio Branco, centro do Rio de Janeiro, a Passeata dos Cem Mil.

Julho

* 1 de Julho - 137 países assinam acordo de não proliferação nuclear.
* 13 de Julho - A brasileira Martha Vasconcellos é eleita Miss Universo.
* 17 de julho - Lançamento do filme de animação Yellow Submarine, dos Beatles.
* 25 de Julho - O Papa Paulo VI publica a encíclica Humanae Vitae, que condena o uso de anticoncepcionais.

Agosto

* 5 a 8 de Agosto - Convenção Republicana elege Richard Nixon como candidato a presidência dos Estados Unidos.
* 20 e 21 de Agosto - Fim da Primavera de Praga: Tropas soviéticas e outros países do Pacto de Varsóvia (excepto a Romênia) invadem a cidade de Praga, na Tchecoslováquia, reprimindo a população local que apoiava as reformas levadas a cabo pelo governo local.
* 24 de Agosto - Grécia torna-se no primeiro Estado Associado da CEE.

Setembro

* 3 de Setembro - O jornalista e deputado federal Márcio Moreira Alves, do MDB carioca, faz discurso no congresso criticando a ditadura militar. Em dado momento, Márcio ironiza os militares, pedindo para as jovens moças evitarem dançar com cadetes. O discurso irrita os generais e Márcio é processado.
* 6 de Setembro - Suazilândia torna-se um país independente.
* 11 de Setembro - Lançamento da primeira edição da Revista Veja.
* 16 de Setembro
Estréia a primeira versão televisiva do humorístico Balança Mas Não Cai na Rede Globo
Morre no Rio de Janeiro num acidente automobilístico o ator de teatro e TV Celso Marques
* 27 de Setembro - Marcello Caetano torna-se primeiro ministro de Portugal.

Outubro

* 2 de Outubro - Massacre de Tlateloco: massacre de estudantes na praça das Três Culturas: o exército mata 48 pessoas durante manifestação estudantil no México.
* 2 e 3 de Outubro
A rua Maria Antônia, na cidade brasileira de São Paulo, onde se situavam a Universidade Mackenzie e a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo é palco do conflito que ficou conhecido como a "Batalha da Maria Antônia".
O general peruano Juan Velasco Alvarado dirige um golpe de estado, iniciando o regime militar que durou até 1980 no Peru.
* 11 de Outubro - Lançada a Apollo 7, cuja missão foi a primeira televisionada.
* 12 a 27 de Outubro - Pela primeira vez na América Latina realizam-se Jogos Olímpicos, na Cidade do México.


O corredor norte-americano John Carlos faz história nos Jogos Olímpicos de 1968 ao erguer o punho cerrado com uma luva preta no pódio para protestar contra o racismo

* 12 de Outubro - Declarada a independência da Guiné Equatorial.
* 14 de Outubro - O Departamento de Defesa dos Estados Unidos anuncia que enviará 24.000 soldados para a Guerra do Vietnã.
* 15 de outubro- Prisão de líderes estudantis no 30º Congresso da UNE, realizado em Ibiúna (São Paulo - Brasil): mais de 700 delegados eleitos nas universidades foram presos pelas forças policiais.
* 20 de Outubro - Aristóteles Onassis e Jacqueline Kennedy casam-se na Grécia.

Novembro

* 5 de Novembro - Richard Nixon torna-se presidente dos Estados Unidos ao vencer as eleições.
* 7 de Novembro - Inaugurada a nova sede do Museu de Arte de São Paulo, na Avenida Paulista.
* 14 de Novembro - A australiana Penelope Plummer é eleita Miss Mundo.
* 19 de Novembro - É lançado o Chevrolet Opala no Brasil.
* 26 de Novembro - Intervindo pela primeira vez na Assembléia Nacional, Marcello Caetano pronuncia-se a favor da manutenção da presença portuguesa em África.

Dezembro

* 13 de Dezembro - O Presidente Costa e Silva decreta o AI-5 - Ato Institucional número 5, dando início ao período mais fechado e violento da ditadura militar no Brasil iniciada em 31 de Março de 1964. O ato, que durou dez anos, foi motivado pela recusa do Congresso Nacional em condenar o deputado Márcio Moreira Alves pelo discurso de setembro, que afrontou a ditadura.
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"Eu sou de uma terra que o povo padece. Mas não esmorece e procura vencer. Da terra querida, que a linda cabocla, De riso na boca zomba no sofrê. Não nego meu sangue, não nego meu nome. Olho para a fome, pergunto: que há? Eu sou brasileiro, filho do Nordeste, Sou cabra da Peste, sou do Ceará."
Patativa do Assaré


Fonte:

Adrenaline