9.9.09

Gilles de Rais – O Marechal das Trevas

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Um Serial Killer da Idade Média

Herói de guerra francês do século XV, Gilles foi o pior matador medieval da Europa. Aliado de Joana D’Arc durante a Guerra dos Cem Anos, era expert em retirar ingleses da França. Depois de ser nomeado Marechal da França pelo Rei Charles VII, estabeleceu-se na Bretanha, onde dirigiu seus heróicos impulsos para torturar e assassinar. Gostava principalmente de matar meninos, que eram sodomizados e depois decapitados. Também se divertia observando seus servos “destrinchando” os corpos dos meninos e masturbava-se sobre suas entranhas.

Pelo fato de ser barão, ninguém associou o desaparecimento de meninos nas redondezas de seu castelo com a sua pessoa. Era patrono das artes, além de praticar magia negra e alquimia. Seu reinado de terror só terminou quando o Duque da Bretanha encontrou restos mortais mutilados de 50 meninos em seu castelo. Ele confessou ter assassinado 140 garotos, mas acredita-se que este número deve ser maior que 300. Em 1440, Gilles foi enforcado e queimado simultaneamente. Seus dois cúmplices e servos foram queimados vivos.

Fonte: Serial Killer

História

De Rais nasceu em 1404 em Machecoul, próximo a fronteira com a Bretanha. Seu pai foi Guy de Montmorency-Laval e sua mãe era Marie de Craon. Ele tinha um irmão, René de Susset, com o qual foi muito unido em sua infância. Fora uma criança inteligente, falando, inclusive, latim fluentemente. Após a morte de sua mãe e, posteriormente, a trágica morte de seu pai, os dois irmãos ficaram sob a tutela do avô materno, Jean de Craon. Ele ensinou aos garotos o narcisismo, a soberba, o poder, o orgulho, o que fez com que moldasse a personalidade de Gilles. Mas no começo, Jean dava muito mais atenção ao irmão de Gilles, o que fez com que esse vivesse fechado na biblioteca da casa. Lá ele encontraria seu alter ego e heróis em livros sobre a Roma antiga. Ele via como os antigos imperadores romanos eram poderosos, ricos e matavam sem dever explicações a ninguém.

Aos 14 anos, seu avô lhe deu uma grande armadura milanesa e o proclamou cavaleiro. Logo já manejava uma espada e destruía seus bonecos de treino e já demonstrava sua agressividade. Primeiramente com animais, mas logo com seres humanos. Aos 15 anos, cometeria seu primeiro assassinato. Ele chamou seu amigo Antoin para um duelo, que este pensava ser inofensivo. No entanto Gilles levou o duelo a sério e acabou atingindo Antoin com a espada, que agonizou até a morte. Nessa ocasião ele não foi sequer acusado, pois era nobre e Antoin por sua vez, era de origem humilde.

Fonte: Wikipedia

Processo de Inquisição de Gilles

No dia 19 de setembro, festa da Exaltação da Verdadeira Cruz, do ano da graça de 1440, tem começo um dos mais emblemáticos processos dos estertores da Idade Média. O acusado é Gilles de Rais, homem temente a Deus, primeiro barão da Bretanha, marechal de França, grande feudatário, companheiro de armas de Joana d’Arc em uma guerra liber-tadora. Jean de Malestroit, bispo de Nantes, cita o marechal de França para que compareça a seu tribunal.

Formalmente, Gilles de Rais é acusado de crimes contra a fé: pactos demoníacos sob a alçada da heresia, sodomia de caráter sacrílego, violação de privilégios eclesiásticos. Há uma outra acusação, esta de caráter secundário: o rapto e assassinato de 140 crianças. (Estes são os termos do processo: historiadores falam de algo em torno a 600 vítimas). No libelo de acusação, de 15 páginas e 49 artigos, os crimes só são arrolados no 27º item.

Gilles de Rais tem na época 34 anos. Dez dias antes de sua prisão, João V, duque da Bretanha fez, diante de um notário, a doação das terras, castelos e fortalezas de Gilles – após a sua morte – a seu filho, visto que ele próprio não podia herdar de um vassalo. Antes do julgamento, Gilles já está condenado.

Cinco dias antes, Gilles recebera o pior castigo que pode golpear um católico: havia sido excomungado. Aceita tranqüilamente a idéia de morte, diz o historiador Claude Bertin. Mas não consegue suportar a expulsão da Igreja, ficar à margem de Deus. Basicamente, o tribunal de Nantes o acusa de herege, reincidente, apóstata, evocador de demônios, de ter ofendido a Deus, de ter pecado contra os mandamentos do Decálogo, os ritos e observâncias da Santa Igreja e, por último, de ter praticado a sodomia com crianças antes de as matar e queimar. Gilles chora e pede perdão quando se sabe excomungado de sua Igreja. Quanto aos assassinatos, ele os confessa sem maiores remorsos:

“Não procurei senão o meu deleite carnal. Por que razão, nesta hora em que já estou desligado de tudo quanto é terrestre vos ocultaria que ao praticar sodomia, ao matar e reduzir a pó tantas belas crianças, não fiz mais do que procurar a alegria que me davam os seus corpos quentes primeiro, depois gelados entre meus braços? Por que razão vos ocultaria eu que essa alegria se prolongava ainda quando, com as minhas mãos esquartejava, como animais no matadouro, aqueles que acabava de amar, que sentir o odor de sua carne queimada me lançava numa forma de desmaio?”

Suas vítimas são sempre crianças, de ambos os sexos: “Eu os estrangulava. Quando eles desfaleciam, praticava neles o vício da sodomia. Quando estavam mortos, beijava nos lábios alguns dos rostos mais bonitos”.

Após uma extensa e minuciosa confissão de seus crimes, o marechal de França recebe um aceno de esperança do bispo de Nantes: “Queres agora, abominando teus erros, tuas evocações e teus outros crimes, que te fizeram sair da fé católica, ser reincorporado na Igreja, tua Mãe, entregando-te de novo a ela?”

Gilles, de joelhos, mal consegue acreditar no que ouve. Chora e suspira. Ante tais demonstrações de arrependimento, os juizes eclesiásticos decidem readmitir na Igreja o marechal, restituindo-lhe todos os direitos que perdera com a heresia. Sempre de joelhos, Gilles pede humildemente a anulação de sua excomunhão. “Pelo amor de Deus”, Jean de Malestroit, o bispo de Nantes, absolve Gilles de todos seus crimes, reintegra o marechal na congregação dos fiéis católicos e o admite na participação dos sacramentos. O trabalho do tribunal eclesiástico está encerrado: “Vai em paz, monsenhor de Rais. Daqui pela frente, a Igreja nada mais pode fazer por ti nem contra ti. Te abandona ao braço secular”.

Gilles escapou à excomunhão eterna, a mais terrível das penas espirituais para um católico. O braço secular – o tribunal civil – em sua complacência, após torturá-lo, o condena à forca e à fogueira. Mas Gilles já está confortado com a absolvição religiosa. A forca é o de menos. A morte o atrai mais do que o aterroriza – escreve Bertin – pois seu caráter exemplar lhe permitirá viver eternamente.

Boa parte da multidão que acompanha o processo pede misericórdia para Gilles de Rais. Dada sua condição de nobre, foi poupado da fogueira. Sua tumba foi profanada em 1793. No lugar de seu suplício, ergueu-se mais tarde um calvário, que logo se tornou ponto de peregrinação de mulheres grávidas, ou daquelas que, tendo parido, desejavam ter leite abundante. A cruz de granito que ornava o calvário desapareceu em 1744. Mas ainda no século passado, ali se cultuava a Boa Virgem de Cria-Leite.

Curiosidade:

Barão: demônio criado sob as instruções do barão Gilles de Rais ( 1404-1440) o instruía a sacrificar mãos e corações de criancinhas para obter o segredo da pedra filosofal, ou seja, descobrir a maneira de transformar metais em ouro.

Fonte: http://br.geocities.com/historias_ocultas/fatoshistoria/galles.htm