Os trabalhadores da zona "Ground Zero" de Manhattan, o local ocupado pelo World Trade Center antes do atentado de 11 de Setembro, encontraram entre os escombros, que ainda estão a ser retirados, vestígios de um barco de quase 10 metros de comprimento, afundado há três séculos. A embarcação, que se calcula que tivesse o dobro ou o triplo do tamanho, poderá ter ficado sepultada sob as águas nova-iorquinas antes da ampliação da zona do rio Hudson, tendo sido utilizada como enchimento para roubar espaço ao afluente. Nessa altura, o preço do metro quadrado na ilha era muito elevado e, portanto, as autoridades decidiram ampliá-la, roubando terreno à água.
Enterrados a uma profundidade de 6 a 9 metros, também foram encontrados uma grande peça metálica semicircular com cerca de 50 quilos, que poderia pertencer à âncora do barco e um sapato de cabedal da época. Os arqueólogos, que se deslocaram para a zona antes que a madeira comece a desfazer-se, estão a trabalhar em contra-relógio, resgatando manualmente os frágeis vestígios do barco que, graças à ausência de sol e à chuva que tem caído em Nova Iorque nos últimos dias, ainda permanecem em bom estado. De acordo com os peritos, é preciso actuar com rapidez para remover a embarcação já que o casco de madeira, ao deixar de estar protegido pela terra, deteriorar-se-á rapidamente com o contacto com o ar. É por isso que estão a cobri-lo com barro.
Trata-se do descobrimento arqueológico marítimo mais importante em Nova Iorque desde que, em 1982, apareceram os vestígios de um barco do século XVIII numas escavações em Water Street, uma rua muito próxima de Liberty Street e Cedar Street, onde foi descoberto este novo achado.
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