25.8.10

É verdade que a Guerra do Paraguai foi uma das primeiras em que foram usadas armas biológicas?

João, essa você tirou mesmo do fundo do baú. Há muita controvérsia entre os pesquisadores, mas quase todos que estudam a Guerra do Paraguai, ocorrida entre 1864 e 1870, negam que esse truque sujo tenha sido usado pelos exércitos envolvidos na disputa - Brasil, Argentina e Uruguai de um lado, contra oParaguai do outro. Essa hipótese que você levanta, João, surgiu em 1979, com a publicação do livro Genocídio Americano - A Guerra do Paraguai , escrito pelo jornalista Júlio José Chiavenatto. "Os exércitos do Brasil e da Argentina jogavam cadáveres de soldados mortos pela cólera em rios e poços para contaminar o inimigo", afirma Júlio José. A barbaridade teria sido relatada em cartas enviadas pelos comandantes brasileiros ao imperador Dom Pedro II. Esses documentos estariam guardados até hoje em uma biblioteca argentina.

Mas a versão é contestada por vários historiadores - e, claro, pelos militares brasileiros, que não gostam nem um pouco de ter sua imagem associada à carnificina em que o conflito se transformou, de uma forma ou de outra. "As tropas de ambos os lados não sabiam o que fazer com os seus mortos e, às vezes, jogavam corpos nos rios, mas a intenção não era contaminar o inimigo", diz o historiador André Toral, autor do livro Adeus, Chamigo Brasileiro - Uma História da Guerra do Paraguai. Outro historiador, Francisco Doratioto, da Universidade Católica de Brasília e autor do livro O Conflito com o Paraguai - A Grande Guerra do Brasil, é mais enfático ao discordar de Chiavenatto: "É mentira. Não há como comprovar a origem dos documentos que sugerem a hipótese da guerra bacteriológica".

Mas isso não quer dizer que truques sujos, com resultados trágicos, não tenham sido usados nesse sangrento conflito entre vizinhos sul-americanos. O próprio Doratioto aponta fatos tão ou mais cruéis que o suposto despejo de cadáveres contaminados nos rios. Numa batalha já no fim da guerra, o comandante das forças paraguaias, Solano López, colocou crianças e adolescentes atrás de trincheiras, disfarçados com barbas, para confundir as tropas inimigas. "De longe, os aliados acharam que todos eram soldados e atacaram o local sem piedade", diz Doratioto.

Fonte: Mundo Estranho

Introdução sobre Confúcio

Introdução sobre Confúcio


Confúcio
Ele pode ser considerado um pioneiro no estilo “autoajuda”. Só que seus chavões bem intencionados, anedotas enigmáticas e aforismos exóticos podem tê-lo feito um dos homens mais influentes da história. Confúcio foi um sábio chinês que esperava que seus discípulos tornassem-se bons funcionários públicos. Na China imperial seus ensinamentos vigoraram durante dois mil anos como regras de conduta e como alimento espiritual. E quem saísse da linha terminava, no mínimo, castrado.

O predomínio da filosofia de Confúcio só terminou com a revolução comunista de 1949. Até então ser chinês era ser confucionista. Mas o comunismo não o erradicou completamente. O confucionismo continua a sobreviver no modo de vida na China vermelha, na dissidente Taiwan e nos bairros chineses espalhados pelo mundo. Apesar do confucionismo ser tão conhecido, sabe-se muito pouco a respeito do seu criador.

Isto é Confúcio

Não suspeite de fraude e tapeação e ao mesmo tempo nunca deixe de estar alerta contra elas. Isso é necessário para quem deseja chegar ao topo.

Algumas pessoas podem ser persuadidas a fazer coisas que não são capazes de compreender.

É difícil encontrar um homem que queira estudar por três anos sem pensar em um emprego no final.



Mesmo com toda essa influência, Confúcio teria morrido frustrado, acreditando que não teria sido bem-sucedido em sua missão. Sem querer contrariar um homem tão sábio, podemos afirmar que o confucionismo é uma filosofia essencialmente prática que ainda exerce grande influência sob a forma de um neoconfucionismo. Seus temas principais são a
ética e apolítica. Diferente do que ocorreu na filosofia ocidental, o confucionismo pouco especulou sobre o sentido da existência e o significado da vida. Nele, a metafísica praticamente não existe. Conheça na próxima página um pouco da vida e da obra de Confúcio.

confúcio
Reprodução

Este artigo é um resumo do livro “
Confúcio em 90 minutos”, de Paul Strathern, da coleção “Filósofos em 90 minutos”, publicado pela Jorge Zahar Editor em 1998.

Confúcio e a arte da ética e da política

Na China, ele era conhecido como "o mestre Kung", ou melhor, Kung-fu-tsé. Confúcio é a versão em latim de seu nome. O filósofo nasceu em 551 a.C., no estado feudal de Lu (atualmente região que faz parte da província de Chantung). Ele viveu no século 6 a.C., época em que a filosofia ocidental estava sendo inventada na Grécia por Tales de Mileto, em que Buda nasceu e em que o taoísmo estava surgindo. Seu pai era um militar (que tinha 70 anos de idade quando o filho nasceu) e tinha parentesco com os governantes da dinastia Chang.

confúcio
© iStockphoto.com / Gautier Willaume


Aos 18 anos de idade, Confúcio já estava casado. Pobre, ele tinha diversos empregos, como cocheiro e tratador de animais. Dedicava-se a estudar em seu tempo livre. Entre as áreas de seu interesse estavam a história, a música e a liturgia. Sua ambição era obter um emprego público, mas, sem sucesso nas suas tentativas, acabou virando professor. Só que para isso fundou sua própria escola, com o objetivo de ensinar administradores políticos a governar.

Naquela época, a China vivia tempos de miséria e guerra entre seus estados feudais. Os horrores vivenciados por Confúcio influenciaram profundamente seu modo de pensar o mundo. Ele entendeu que aquele sofrimento todo teria que acabar e a sociedade deveria passar a funcionar em benefício de todos os seus membros. Segundo ele, o administrador deve cumprir com suas obrigações que nem um bom pai cuida de seu filho.

À semelhança das escolas gregas dos tempos de
Sócrates, Platão eAristóteles, Confúcio ensinava em sessões informais de conversas baseadas em perguntas e respostas. Seu carisma e estilo cativante atraíram alunos de diferentes províncias chinesas, entre eles, nobres a pobretões. Basicamente, um professor de moral, ele ensinou sobre como as pessoas deviam se comportar. E esse ensinamento vinha normalmente na forma de homilias, como “o homem superior é comedido em palavras mas não em realizações” ou “ quem não corrige seus erros torna-se ainda mais errado”.

A filosofia de Confúcio assumiu caráter religioso, apesar de não ser sua intenção. Enquanto ele tentava popularizar seus ensinamentos, outro filósofo chinês, o lendário Lao-tsé, criava o taoísmo, que acabou funcionando como uma espécie de complemento ao confucionismo. Os dois filósofos chegaram a se encontrar e o velho sábio Lao-tsé condenou o orgulho e a ambição de Confúcio.

Muitos dos alunos de Confúcio tornaram-se excelentes administradores e tanto governantes como governados perceberam que o governo poderia realmente trabalhar em benefício de todos. Um desses alunos, o príncipe regente Yanh Hou, ao assumir o poder, nomeou Confúcio como Ministro do Crime. Nesse improvável cargo, os relatos mostram o filósofo como um bem-sucedido administrador. Mas, apesar de não existir um ladrão nas terras em que Confúcio lutava contra o crime, havia exageros como a condenação à morte das pessoas que inventassem roupas fora do comum. Esses excessos confucianos levaram à promoção de Confúcio a um cargo de mais prestígio, salários extraordinários, mas sem nenhum poder. E sem poder decidir, Confúcio renunciou. Já com mais de 50 anos de idade, decidiu peregrinar pela China em busca de um governo que o deixasse pôr em prática suas ideias administrativas.

Em sua década como andarilho, Confúcio não foi bem-sucedido em conseguir algum emprego público. Os discípulos do filósofo, que viviam em sua terra natal, o convenceram a retornar para casa. Assim ele fez e viveu melancolicamente, com um imenso sentimento de frustração, seus últimos cinco anos lendo, escrevendo e editando comentários sobre os clássicos chineses. Em 479 a.C., aos 72 anos de idade, Confúcio morreu. Suas últimas palavras teriam sido: “A grande montanha deverá esfarelar-se, a viga forte se romper, o homem sábio deverá secar como uma planta”.

Como ser um bom administrador

Chuansun Chih perguntou ao mestre:
- O que devo fazer para me tornar um homem superior e ser funcionário do governo?
- Deve respeitar as cinco qualidades mais elevadas e repelir as quatro nocivas.
- Quais são essas cinco qualidades elevadas?
- O homem superior é gentil sem aceitar subornos. Ele trabalha ao lado do povo sem dar motivos para ressentimentos. Ele tem ambições mas não é avarento. Ele tem dignidade mas sem o orgulho indevido. Ele inspira respeito mas não é cruel.
- Em que exatamente podem ser aplicadas essas qualidades?
- Trabalhar para o bem-estar do povo não é ser generoso sem aceitar suborno? Se você desse o trabalho certo para a pessoa certa, alguém ficaria ressentido? Se um homem, através do desejo de preencher sua existência, alcança tudo aquilo de que é capaz, como poderá ele ser ganancioso? O homem superior sempre cumpre suas tarefas independente de sua dificuldade ou tamanho e assim nunca é indolente. Isto certamente é dignidade sem orgulho. O homem superior cuida de sua aparência. Ele usa suas roupas e chapéu de maneira apropriada e trata os outros com respeito. E graças à sua conduta sóbria, as pessoas têm grande consideração por ele. Nesse aspecto, ele inspira respeito sem ser cruel.
- E quais são as quatro nocivas?
- Condenar um homem à morte porque ele falhou em sua tarefa sem ter recebido instruções corretas. Isso é crueldade. Esperar que um homem faça alguma coisa sem ser devidamente avisado. Isso é um desmando. Insistir que um homem se apresse para terminar seu trabalho quando recebeu instruções para realizá-lo meticulosamente. Isso é danoso. Prometer uma recompensa e depois concedê-la de má vontade. Isso é mesquinharia.

Fonte:

Como Veneza foi construída?

Tudo começou com a ocupação de ilhotas no nordeste da Itália. Para lá fugiram habitantes da região do Vêneto, temendo as hordas de bárbaros que tomaram conta da Europa a partir do século 5. As ilhas fizeram parte do Império Bizantino até o início do século 9, quando Veneza tornou-se independente. Logo, todas as áreas de terra firme das ilhas foram ocupadas e a cidade precisava crescer. A saída foi então avançar sobre as águas que separavam as ilhas. Para isso, os venezianos desenvolveram um sistema para aterrar as áreas alagadas anexas às porções de terra e assim foram estreitando a distância entre as ilhas, delineando canais e ganhando espaço para abrigar povoamentos maiores. Graças à localização privilegiada - no meio da rota entre o Oriente e o Ocidente -, excelentes navegadores e poderio militar, a cidade tornou-se um próspero centro mercantil e naval a partir do século 11. Essa condição só foi abalada quando os portugueses descobriram uma rota alternativa para o Oriente, circundando a África. Em 1797, com sua força militar já abalada, a cidade foi conquistada por Napoleão e, em seguida, passou a integrar o território austríaco. Só em 1866 foi incorporada à Itália.

Caminho das águas

Veneza transformou água em solo e agora luta contra a revanche das marés

ATÉ O SÉCULO 7: DESVIRGINANDO AS ILHAS

No meio de uma lagoa de água salgada com saída para o mar Adriático, 65 pequenas ilhas serviram de base para a formação da cidade atual. Os primeiros habitantes viviam basicamente da pesca e da extração de sal - fundamental para a conservação da carne dos peixes e um valioso produto de troca. As primeiras localidades densamente povoadas na lagoa não fazem parte do atual centro histórico de Veneza. As ilhas que correspondem hoje aos bairros de San Polo e San Marco - os principais da cidade atualmente - só bombaram em um período posterior a esse primeiro povoamento

A PARTIR DO SÉCULO 9: PEDRA SOBRE PEDRA

A população aumentava e novos espaços tinham que ser criados para construções. A solução foi expandir as porções de terra firme e até criar novas ilhas por meio de aterramento. Essa estratégia de ocupação encurtou a distância entre algumas ilhas, formando canais e possibilitando o surgimento de construções maiores. Veneza só começou a ser construída pra valer em 810, quando Rialto virou o centro administrativo da cidade. Veja abaixo o passo a passo de como eram feitos os aterros:

1. Os novos limites foram traçados a partir de pilares de madeira. Eles tinham de 3 a 4,5 metros de comprimento e eram fincados no caranto, camada subterrânea de argila compactada. Os milhares de pilares enterrados e submersos até hoje ficam completamente sob a água. Sem contato com o ar atmosférico, eles não apodrecem

2. Tábuas de madeira colocadas em cima dos pilares serviam de apoio para blocos de pedras calcárias, extraídas de Ístria (atual território da Croácia). O fundamento de pedra barrava a passagem da água, possibilitando o posterior depósito de terra - extraída do fundo da lagoa - entre essa barragem e a ilha

3. Quando a terra chegava ao topo da barragem (pouco acima da água), paredes de tijolos eram erguidas, estabelecendo os novos limites dailha. Dessa forma, surgiram canais estreitos entre as ilhas e passarelas foram construídas para conectar uma a outra. Mesmo assim, os barcos continuavam a ser o principal meio de locomoção

HOJE: PATRIMÔNIO EM RISCO

O centro histórico de Veneza ocupa hoje uma área de aproximadamente 7,6 km2 e é formado por 117 ilhas muito próximas, recortadas por 150 canais. Devido aos crescentes custos de moradia, inundações freqüentes e envelhecimento da população, o número de moradores caiu pela metade nos últimos 40 anos - são 62 mil, atualmente. Se continuar nesse ritmo, especialistas estimam que até 2030 Veneza seja uma cidade ocupada exclusivamente por turistas - 50 mil visitam a cidade diariamente

• Veneza tem 409 pontes. A do Rialto, inaugurada em 1591, foi a primeira a transpor o canale grande, que cruza a cidade inteira, e atinge até 106 metros entre uma margem e outra. Atualmente, é proibido construir novas pontes e edificações no centro histórico, para preservar a antiga estrutura da cidade

• Embora hoje seja possível cruzar a cidade a pé - carros, bicicletas, skates e afins são proibidos -, os venezianos ainda dependem muito das embarcações como meio de transporte. Além das tradicionais gôndolas, circulam pelos canais barcos particulares a motor ou a remo e o vaporetto, uma espécie de ônibus aquático

• Enchentes são comuns na cidade, principalmente nos últimos cem anos, em que a cidade afundou quase 23 centímetros: 7,5 cm em função da elevação do nível das águas e mais de 15 cm em razão da compressão natural do solo somada à exploração de poços artesianos. Quando a maré sobe mais de 80 cm, locais mais baixos, como a praça San Marco, alagam

Fonte: Mundo Estranho

AS ÚLTIMAS COLÔNIAS DO MUNDO

Pôr-do-sol nas Ilhas Cayman.

O processo de colonização ocorreu no mundo, sobretudo entre os séculos XV e XIX, quando países europeus como Portugal, Espanha, Inglaterra, França entre outros saíram em busca de novas terras para explorar.

As terras a serem exploradas são chamadas de colônias, dessa existem dois tipos distintos: colônia de exploração quando a única intenção é de obter riquezas e colônia de povoamento, nesse tipo as riquezas permanecem no país para o crescimento e desenvolvimento do mesmo.

As colônias se encontravam na Oceania, Américas, Ásia e África. Apesar de aparentemente ser algo arcaico, ocorre até os dias atuais, existem hoje 16 territórios com configuração colonial.

Somente o Reino Unido possui territórios como Anguilla, Bermudas, Ilhas Cayman, Ilhas Malvinas, essa reivindicada pela Argentina, Montserrat, Gilbraltar, Ilhas Pitcairn, Santa Helena, Ilhas Turks e Caicos, Ilhas Virgens Britânicas.

Sob domínio norte-americano existe Samoa Americana, Guam, Ilhas Virgens, sob domínio da Nova Zelândia existe Tokelau e sob o francês a Nova Caledônia.

Todos os territórios citados somam juntos uma população de aproximadamente 1,2 milhão de pessoas que ainda não adquiriram sua autonomia política integral e vivem subordinados às metrópoles.

Passados praticamente meio século da reivindicação por parte da ONU (Organização das Nações Unidas) para extinção do colonialismo, o mundo ainda convive com esse processo, a consolidação da independência de todas as colônias remanescentes não ocorre em virtude da falta de comprometimento com a questão, como Estados Unidos e Reino Unido que não assinam a liberdade política de seus respectivos territórios. O último país a adquirir sua independência foi Timor-Leste no ano de 2002.

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO

O transtorno de déficit de atenção causa desatenção.
O transtorno de déficit de atenção é uma disfunção neurológica que pode ocorrer em qualquer faixa etária. Ocorre no córtex pré-frontal quando os neurotransmissores dopaminérgicos e noradrenérgicos realizam suas atividades de forma alterada. Apesar de não serem conhecidas as causas dessa disfunção, acredita-se que são estimuladas por anormalidades estruturais e ainda por disfunções neuroquímicas nas localidades subcortiais parientais e frontais.

O córtex pré-frontal, nesse sentido, realiza o inverso de sua atividade, ou seja, ao invés de ligar os neurotransmissores cerebrais, o córtex os faz permanecerem desligados fazendo com que seu desempenho seja reduzido substancialmente. Na busca pela melhoria de seus desempenhos (independente da área a ser trabalhada) os indivíduos com déficit de atenção buscam conflitos para estimular o seu cérebro utilizando outras pessoas para que percam o equilíbrio emocional e passem a gritar com eles para que tais comportamentos estimulem a atividade cerebral.

Os principais sinais que aparecem em indivíduos com déficit de atenção são: inquietude, impulsão, hiperatividade, pouca coordenação motora, dificuldade em permanecer calado, desatenção em atividades intelectuais, fácil distração, lentidão, desorganização, dificuldade em lidar com as emoções, apatia, dificuldade em esperar sua vez de falar ou de se expressar, dificuldade em ser ouvinte, dificuldade em continuar e terminar coisas iniciadas.

O tratamento para indivíduos com tal disfunção consiste na administração de terapiasmedicamentosas, terapias não medicamentosas, além do auxílio familiar que não deve entrar em conflito com o indivíduo.

Como surgiu o Fundo Monetário Internacional?



O Fundo Monetário Internacional (FMI) nasceu em 1944, numa conferência realizada em Bretton Woods, nos Estados Unidos. As três décadas anteriores a sua criação haviam sido chacoalhadas por duas guerras mundiais e por uma grande recessão nos anos 30, eventos que devastaram as economias européia e americana. O FMI surgiu para trazer mais estabilidade ao câmbio dos países capitalistas e para levantar fundos que auxiliassem as nações com dificuldades financeiras. "Seu objetivo era reduzir a freqüência e a gravidade de déficits na balança de pagamentos dos países", diz o economista Lawrence McQuillan, do Pacific Research Institute for Public Policy, em São Francisco, nos Estados Unidos.
Esse déficit na balança de pagamentos ocorre quando a quantidade de dinheiro que sai de um país é maior que o volume que entra. Durante os anos 80, vários países não conseguiram pagar suas dívidas externas e foram obrigados a realizar fortes programas de ajuste para receber empréstimos do FMI. "Como esses ajustes em geral significam uma recessão mais ou menos longa, o recurso ao FMI tem sido considerado um remédio amargo demais, que, embora cure, debilita as economias dos países que adotam suas recomendações", diz o economista Paulo Sandroni, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP). O dinheiro do fundo vem de cotas pagas pelos países membros - são cerca de 180. Quanto maior a contribuição financeira, maior o peso do país nas decisões tomadas pelo órgão.
Fonte: Mundo Estranho