3.9.10

Expedição de Langsdorff

Por Fernando Rebouças
Nos anos de 1820, o Brasil era uma nação recém independente de Portugal, administrada por D. Pedro I, sem possuir uma grande atividade de produção que mantivesse a base econômica atingida nos tempos coloniais por meio do cultivo da cana-de-açúcar e extração do ouro. Nesse período aconteceu a “Expedição de Langsdorff”, patrocinada pela Rússia e liderada pelo barão Georg Heinrich von Langsdorff, que percorrer 17 mil quilômetros pelo interior florestal brasileiro.

A expedição era composta por cientistas e artistas que tinham a missão de registrar e retratar os aspectos naturais e sociais de cada região desbravada. Langsdorff era um alemão naturalizado russo, formado em Medicina. Em 1813, Langsdorff havia sido nomeado cônsul geral no Rio de Janeiro, pelo czar Alexandre I.

Em 1816, Langsdorff se instalou na Fazenda Mandioca, onde planejou a expedição aprovada em 27 de junho de 1821. Além do objetivo científico, havia o intuito de descobrir algum produto brasileiro que pudesse ser destinado à exportação, por meio de estudos nas áreas da zoologia, botânica, mineralogia, geografia, antropologia e etnografia. Havia o objetivo de estreitar relações comerciais entre o Brasil e a Rússia.

A expedição foi iniciada em 1824, Langsdorff adoeceria no trecho final em março de 1829. Em 1824, a expedição percorreu por Minas Gerais e, em 1825, pelo interior da província de São Paulo.

Em Minas Gerais, Rugendas, que estava na expedição, realizou pinturas que retratavam o lugar; em virtude de conflitos com Langsdorff, Rugendas abandonou a expedição e levou os desenhos consigo. A segunda etapa da viagem foi feita por rios, o diário de bordo foi escrito pelo próprio Barão de Langsdorff até 20 de maio de 1828, o diário recebeu anexos escritos pelo companheiro de viagem, Hercules Florence, outro pintor que, ao lado de Johann Moritz Rugendas e Aimé-Adrien Taunay, retratou as principais imagens da viagem.

Todo o material da viagem, inclusive o diário de bordo, foi conduzido à Rússia, mantidos em segredo até o ano de 1930, quando encontrado nos porões do Museu do Jardim Botânico de São Petersburgo.O material continha cerca de 120 aquarelas e desenhos, 36 mapas feitos durante a viagem e relatos do diário transformado em livro.

Langsdorff, durante a expedição, foi acometido de uma doença desconhecida que atingiu sua lucidez, a maioria dos integrantes ficaram doentes e o pintor Taunay morreu afogado num dos rios percorridos. O livro sobre o diário de Langsdorff foi publicado em 1997, pela editora Fiocruz.

Fontes:
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,expedicao-langsdorff-mostra-o-brasil-do-seculo-19,513140,0.htm