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Américo Vespúcio (1454-1512)

O nome da América é uma homenagem ao mercador e navegador italiano Américo Vespúcio, primeiro a constatar que as recém-descobertas terras do Novo Mundo constituíam um continente e não parte da Ásia. Vespúcio, cujo nome italiano era Amerigo Vespucci, nasceu em Florença em 1454. Filho de um notário, recebeu educação humanística na Itália e na França, onde aprofundou os estudos de geografia, astronomia e cosmografia. De volta a Florença, entrou para o serviço da família Medici, que em 1491 o enviou a Sevilha, Espanha, como ajudante de Giannotto Berardi, importante armador e fornecedor dos navios de Cristóvão Colombo. Em 1496, após a morte de Berardi, Vespúcio assumiu a direção da firma, e mais tarde, sem dúvida estimulado por seu contato com Colombo e outros navegantes, decidiu participar pessoalmente das viagens de exploração às Índias. A determinação do número de viagens que Vespúcio fez à América constitui objeto de polêmica histórica, devido a contradições significativas entre os dois conjuntos de documentos existentes a respeito: uma carta de Vespúcio ao magistrado veneziano Piero Soderini, conhecida apenas por sua edição italiana de Florença (1505) e por duas versões latinas -- Mundus novus (Novo Mundo) e Quattuor Americi navigationes (Quatro viagens de Américo), menciona quatro viagens; já três cartas escritas pelo próprio Vespúcio aos Medici, são citadas apenas duas. A primeira viagem de Vespúcio, posta em dúvida por muitos historiadores e negada totalmente por outros, teria começado em Cádiz, em 1497, e a volta teria ocorrido em 1498. Não há dúvida, porém, de que Vespúcio partiu em maio de 1499 de Cádiz no comando, ao lado de Alonso de Ojeda e Juan de la Cosa, de uma frota espanhola de quatro navios, que pretendia seguir a rota da terceira viagem de Colombo. Quando chegou ao local onde mais tarde seria a Guiana, Vespúcio, que parece ter se separado de Ojeda, rumou para o sul pela costa do Brasil. Avistou o estuário do Amazonas e alcançou o cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco. Voltou para o norte, explorou a desembocadura do Orinoco e a ilha de Trindade e chegou à Espanha em junho de 1500. Convencido até então de ter percorrido a península do extremo leste da Ásia descrita por Ptolomeu, Vespúcio conseguiu que o rei D. Manuel I de Portugal financiasse nova expedição em busca de uma passagem para os mares da China. Nessa segunda viagem, de importância fundamental, o navegador italiano partiu de Lisboa no dia 13 de maio de 1501, chegou ao cabo Santo Agostinho no final do mesmo ano, desceu ao largo do litoral do Brasil, avistou a baía de Guanabara e ultrapassou o estuário do rio da Prata, que foi o primeiro europeu a registrar, e alcançou a costa meridional da Patagônia. Essa circunstância convenceu-o de que havia percorrido a costa de um novo continente, pois seria impossível que a suposta península asiática se prolongasse de tal forma para o sul. Chegou de volta a Lisboa a 22 de julho de 1502, em rota desconhecida, e divulgou a notícia na Europa. Em sua suposta quarta viagem, Vespúcio teria partido de Lisboa em 1503, na expedição chefiada por Gonçalo Coelho, e voltado em 1504. Embora essa viagem seja duvidosa, é certo que em 1505 entrou de novo para o serviço da coroa espanhola e não viajou mais. A partir de 1508 ocupou em Sevilha o importante posto de piloto-mor da corte espanhola. Ajudou a preparar o mapa oficial das novas terras e das rotas marítimas a partir dos dados fornecidos pelas expedições. O primeiro a sugerir, em honra de Vespúcio, a designação de América para o novo continente foi o humanista alemão Martin Waldseemüller, que em 1507 reeditou as Quattuor Americi navigationes, precedidas do panfleto de sua autoria Cosmographiae introductio. Apesar do êxito final da idéia, a posterior detecção de contradições nos textos atribuídos a Vespúcio gerou, sobretudo por parte de historiadores portugueses e espanhóis, a acusação de que somente havia usurpado os méritos de outros navegantes. Os diários de bordo de Vespúcio e o mapa que fez do litoral por ele descoberto desapareceram, mas permaneceram alguns mapas, além do de Waldseemüller, originados direta ou indiretamente de seu trabalho. Vespúcio morreu em Sevilha em 1512.

Fonte:E-Biografias - Seu portal de biografias na Internet