10.4.11

Cubismo

Movimento das artes plásticas, sobretudo da pintura, que a partir do início do século XX rompe com a perspectiva adotada pela arte ocidental desde o
Renascimento. É o mais influente movimento deste século.

Os artistas pintam objetos achatados, e com isso eliminam a ilusão de tridimensionalidade. Revelam, porém, várias faces da figura ao mesmo tempo.
Retratam formas geométricas como cubos e cilindros, que fazem parte da estrutura de figuras humanas e de objetos que pintam. Por isso o movimento
ganha, numa ironia, o nome de cubismo. As cores em geral limitam-se a preto, cinza, marrom e ocre.

O movimento surge em Paris, em 1907, com a tela Les Demoiselles d''Avignon, do espanhol Pablo Picasso. Também se destaca o trabalho do ex-fauvista
francês Georges Braque (1882-1963). Em ambos é nítida a ascendência da arte africana. O cubismo é marcado ainda pelo pós-impressionista francês Paul
Cézanne, que representa a natureza com formas semelhantes às geométricas.

Essa primeira fase, chamada de cézanniana ou protocubista, termina em 1910. Começa então o cubismo mesmo, conhecido como analítico, no qual a
forma do objeto se submete à superfície bidimensional da tela. O resultado final aproxima-se do abstração. Na última etapa, de 1912 a 1914, o cubismo
sintético ou de colagem constrói quadros com jornais, tecidos e objetos, além da tinta. Os artistas procuram tornar as formas novamente reconhecíveis.

O cubismo manifesta-se também na arquitetura, especialmente na obra de Corbusier, e na escultura. No teatro, restringe-se à pintura de cenários de
peças e balés feita por Picasso.

Literatura
Os princípios do cubismo aparecem na poesia. Desmonta-se a linguagem em busca da simplicidade e do que é essencial à expressão. O
resultado são palavras soltas, escritas na vertical, sem a tradicional continuidade. O expoente é o francês Guillaume Apollinaire (1880-1918), que influencia
toda a poesia contemporânea. Ao dispor versos em linhas curvas, transforma-se em precursor do concretismo.

O Cubismo no Brasil
O cubismo só repercute no país após a Semana de Arte Moderna de 1922. Pintar como os cubistas é considerado apenas um
exercício técnico. Não há, portanto, cubistas brasileiros, embora quase todos os modernistas sejam contagiados pelo movimento. É o caso de Tarsila do
Amaral, Anita Malfatti e Di Cavalcanti.
Autor: James Silva