21.6.11

Alemanha e a Volkswagen

POR MAX ALTMAN (OPERA MUNDI

Primeiro protótipo - Fonte: dpa/pa

Primeiro protótipo - Fonte: dpa/pa

Em 28 de maio de 1937, o governo da Alemanha – então sob o controle de Adolf Hitler do Partido Nacional-Socialista (Nazista) – constitui uma nova companhia automobilística estatal, cujo nome oficial era Gesellschaft zur Vorbereitung des Deutschen Volkswagens mbH. (Companhia para a Preparação dos Carros do Povo Alemão). Mais tarde, naquele mesmo ano, a empresa foi renomeada simplesmente como Volkswagenwerk, ou "Companhia do Carro do Povo."

Originalmente operada pela Frente Trabalhista Alemã, uma organização nazista, a Volkswagen tinha a sua sede principal em Wolfsburg. A par da ambiciosa campanha de construir uma rede de auto-estradas e um número menor de vias expressas em toda a Alemanha, o projeto favorito de Hitler era o desenvolvimento e a produção em massa de um veículo barato, porém veloz que poderia ser vendido por menos de 1000 marcos (cerca de 140 dólares à época). A fim de desenvolver o projeto deste “carro do povo”. Hitler chamou o conhecido engenheiro automotivo austríaco Ferdinand Porsche. Em 1938, numa concentração política nazista, o Führer declarou: "É para as grandes massas que este carro foi construído. Seu propósito é atender às necessidades de transporte e temos a intenção de dar essa alegria ao povo."

Entretanto, logo após a KdF (Kraft-durch-Freude)-Wagen (carro "Esforço através da Alegria”) ter sido exibido pela primeira vez no Berlin Motor Show em 1939, foi deflagrada a Segunda Guerra Mundial e a Volkswagen suspendeu sua produção. Após o término da Guerra, com a fábrica em ruínas, os Aliados pretenderam valer-se da Volkswagen como o centro de suas tentativas de ressuscitar a indústria automobilística alemã.

As vendas da Volkswagen nos Estados Unidos, à época de longe o maior centro consumidor de automóveis, foram inicialmente mais lentas do que em outras partes do globo, devido ao histórico de conexões do carro e da companhia com os nazistas, mas também em virtude de seu exíguo espaço interior e o design externo arredondado que não se compatibilizava com o gosto do consumidor usamericano.

Em 1959, a agência de publicidade Doyle Dane Bernbach lançou uma campanha memorável apelidando o carro como o "Beatle" (Besouro) e transformando seu tamanho diminuto em relação aos carrões rabos-de-peixe norte-americanos em vantagem distintiva para os consumidores. Nos anos seguintes o VW tornou-se o carro importado mais vendido nos Estados Unidos. No Brasil, no final dos anos 1960 e na década de 1970, o fusca dominava amplamente o mercado automotivo brasileiro.

Em 1960, o governo alemão vendeu 60% das ações da companhia ao grande público, na verdade desnacionalizando-a. Doze anos mais tarde, o “besouro” ultrapassa a marca mundial de 15 milhões de veículos produzidos registrada anteriormente pelo legendário Modelo T da Ford Motor Company entre 1908 e 1927.

Com o desenho do fusca praticamente inalterado desde 1937, as vendes cresceram lentamente no começo dos anos 1970. O tradicional modelo da Volkswagen viu suas vendas recuarem com o lançamento pela fábrica de modelos mais esportivos como o Rabbit e mais tarde o Golf. Em 1998, a empresa começou a vender o altamente aguardado "Novo Besouro" enquanto continuava a produção de seu predecessor. Depois de cerca de 70 anos e mais de 21 milhões de unidades produzidas, o último fusca original saiu da linha de produção da unidade instalada em Puebla, no México, em 30 de julho de 2003.

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