3.8.11

Revolta do Sal

Por Emerson Santiago
Ficou conhecido como Revolta do Sal um movimento nativista de cunho econômico e social, que envolvia exatamente o sal, um importante produto de comércio no Brasil à época, em razão da expansão pecuária e da produção em massa de carnes salgadas para exportação.

Tudo começa com a instituição do Monopólio do Sal, criado em 1631 pela Coroa Portuguesa para que esta tivesse o controle da produção de sal transportado através do porto de Santos. A intenção do governo português era garantir que boa parte do produto teria como destino Portugal e outros importantes mercados da Europa.

O produto era fonte de riqueza para boa parte de seus produtores, que chegavam a esconder o sal para que o preço subisse artificialmente. O problema com o monopólio imposto pela Coroa e a escassez artificial era que os compradores internos eram prejudicados, pois o preço sofria constantes reajustes e o produto não se encontrava facilmente. A inércia das autoridades só piorava a situação, deixando insatisfeitos os consumidores, até que, em 1710, Bartolomeu Fernandes de Faria, proprietário de terras paulista reúne um grupo de cerca de 200 índios e escravos, e após armá-los fortemente, incita-os a invadir o porto de Santos, saquear o sal e distribuí-lo para os consumidores que necessitavam do produto, ficando o episódio conhecido como Revolta do Sal. Para fugir à perseguição dos que foram lesados com esta ação, Bartolomeu ordenou ainda a destruição da ponte que ligava a ilha de São Vicente a Santos e ao porto.

A Coroa, desmoralizada pela astúcia do gesto e lesada pelo prejuízo que teve com o levante, irá perseguir Bartolomeu Fernandes, tornando-o um dos proscritos mais procurados em toda a América Portuguesa. D. João V ordena em 1711 urgentemente a prisão do paulista, que irá ser o protagonista de uma das maiores perseguições do período do Brasil colônia.

Bartolomeu, procurando fugir à perseguição, constrói uma forte guarnição em frente à sua fazenda com índios e escravos, refugiando-se posteriormente na região do Vale do Ribeira após uma ofensiva dirigida pelo juiz Antonio da Cunha. Só oito anos após da Revolta, o proprietário de terras seria preso nas proximidades da Vila de Conceição de Itanhaém, em ofensiva sob o comando do governador da Praça de Santos, Luís Antonio de Sá Quiroga, sendo que este foi instruído a encaminhar o preso à capital da colônia, Salvador, para que fosse processado. Mas, em 1719, pouco depois de preso, já com 80 anos e enfraquecido pela varíola, Bartolomeu Fernandes de Faria falece antes de receber qualquer pena pelo gesto de revolta contra patrimônio de Sua Majestade de Portugal.

Bibliografia:
SILVA, Tiago Ferreira da. Revolta do Sal . Disponível em: http://www.historiabrasileira.com/brasil-colonia/revolta-do-sal/ . Acesso em: 27 jul. 2011.

Fonte:

InfoEscola: Navegando e Aprendendo