11.6.12

Otan e Iugoslávia assinam acordo de paz



por: Alice Melo



Na noite do dia nove de junho foi assinado o acordo de paz que punha fim ao segundo e último conflito da Guerra do Kosovo, travado entre a Organização do Atlântico Norte (Otan) e a Iugoslávia. Após este documento, fechado entre representantes militares de ambos os lados, ficava estabelecido que a república da Sérvia, pertencente à federação iugoslava, retiraria suas tropas da província do Kosovo e que a Otan cessaria o bombardeio à Iugoslávia, iniciado em março do mesmo ano.

O texto foi assinado em uma base francesa na Macedônia, depois de dois dias de tensas reuniões. O general Marjanovic, da delegação iugoslava, declarou, em nome do governo, que o acordo significava o fim da guerra.

A Guerra de Kosovo transcorreu em dois períodos subsequentes . O primeiro (1996-1999) foi travado entre o ELK (Exército pela Libertação de Kosovo), formado, em sua maioria, por kosovares de ascendência albanesa, e tropas militares da Sérvia, que não aceitava a independência da região, que fora proclamada em 1991 pelo ELK; os Sérvios, assim, em 1998, iniciaram uma ofensiva para reaver os territórios recém-liberados. A segunda (março a junho de 1999) foi travada pela Otan, que exigira o cessar-fogo sérvio em Kosovo, e a Iugoslávia, que se negava a interromper a ofensiva.




A guerra terminou graças à pressão internacional. Com a assinatura do acordo, uma junta organizada pela ONU assumiu o controle do Kosovo, permitindo a volta de muitos dos cerca de 990 mil exilados de ascendência albanesa, que sofreram dura perseguição durante o primeiro conflito. Na contramão, outras centenas de milhares de sérvios fugiram para Sérvia e Montenegro, temendo uma vingança dos albano-kosovares, que retornavam à terra natal.

Em fevereiro de 2008, quando a Iugoslávia já fora fragmentada em diversos países, o governo provisório de Kosovo declarou oficialmente a independência da região. No dia seguinte, Estados Unidos, França e Portugal reconheceram Kosovo como nação independente. No entanto, Rússia e Espanha, ficaram ao lado da Sérvia, que reivindica a posse sobre o território até hoje.


Fonte: Jblog