20.2.13

O Brasil na Guerra das Malvinas



Por Fernando Rebouças

A Grã-Bretanha e a Argentina travam disputa pelas ilhas Malvinas, situadas nas águas do país sul-americano, desde 1833. A disputa histórica geraria um conflito armado entre os dois países em 1982, quando a Argentina invadiu e retomou o território das ilhas Malvinas, Falklands para os ingleses, eclodindo a Guerra das Malvinas. Na ocasião, o Brasil se manteve neutro, mas conviveu sob o clima de guerra em seu continente durante 74 dias.



Historicamente, o Brasil já havia reconhecido a posse das ilhas sob o governo argentino desde 1833, quando a região havia sido tomada pela marinha inglesa. Desde aquela época, o Brasil defendia o uso da diplomacia para a superação do conflito.

Durante a guerra de 1982, na qual a Argentina sairia derrotada, o Brasil era presidido por João Baptista de Oliveira Figueiredo, o seu governo não tinha a intenção de prejudicar suas relações com a vizinha argentina, por outro lado, não poderia perder parcerias sociopolíticas com o Reino Unido, um dos principais credores do nosso país na época. Outra questão, a guerra estava acontecendo em tempos de Guerra Fria, e o Brasil era parceiro dos EUA e da Europa capitalista.

Porém, apesar da imparcialidade, recentes documentos revelados trinta anos depois da guerra, denunciam que o Brasil favoreceu a vizinha Argentina na logística de armamentos. Os documentos foram publicado pela imprensa brasileira e revelam que o Brasil cedeu o aeroporto de Recife para receber escalas de aviões que levavam mísseis da Líbia para a Argentina.

O envio de armamentos para a Argentina teria o apoio da URSS e de Cuba que, na época, estavam próximos do regime militar argentino na Guerra das Malvinas. O bloco soviético tinha o interesse de assistir a derrota dos ingleses por serem aliados diretos dos EUA. Outro fato foi o do voo clandestino de um avião cubano no espaço aéreo brasileiro, a aeronave levava materiais de guerra e ajuda da URSS para Buenos Aires, mas foi interceptada pela aeronáutica brasileira. Na época, o Brasil não mantinha relações com Cuba e com a URSS. O voo era da Cubana de Aviación que aterrisou antes de ser atingido por caças brasileiros.

Porém, a Argentina contou com o apoio logístico clandestino do Brasil e de outros países como Peru, Líbia e Angola. O mais curioso nessa história foi o fato de a URSS incentivar Fidel Castro a ajudar uma ditadura anticomunista, a da Argentina, inicialmente, por interesses geopolíticos. A Guerra das Malvinas era vista como uma oportunidade de expansão para os soviéticos na América do Sul, pois a vitória dos argentinos poderia abrir caminho político para a implantação de um contra golpe dentro de uma ditadura fomentada sob os interesses dos EUA, principais aliados do Reino Unido.

Fontes:
http://oglobo.globo.com/pais/ilhas-malvinas-brasil-apoiou-trafico-de-armas-para-argentina-4707825#ixzz2FdWe6XKIhttp://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/21343/brasil+ajudou+secretamente+argentina+na+guerra+das+malvinas+.shtmlhttp://jconline.ne10.uol.com.br/canal/mundo/internacional/noticia/2012/03/31/brasil-no-fogo-cruzado-37685.php